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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Prisão de Temer é positiva para a imagem do Brasil, avaliam empresários

Há receio de que envolvimento de Moreira Franco respingue sobre a Previdência

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São Paulo

Uma rodada de breves conversas com grandes empresários brasileiros, de setores diversos, leva a uma conclusão consensual: a prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer pela Lava Jato era algo esperado e veio até com atraso. 

Apesar da queda na Bolsa, a prisão passa um sinal positivo importante: de que o Brasil é um país que persegue e investiga suspeitas de corrupção, bom para o ambiente de negócios e para a atração de investimentos. 

A Bolsa tinha outros motivos para cair, na avaliação de um empresário de infraestrutura, como a reforma da Previdência dos militares, cuja economia é vista como muito pequena. 

A expectativa geral era a de que logo após descer a rampa do Planalto, Temer seguiria para a Polícia Federal. 

Para um grande empresário do setor de bens de consumo, ligado a bolsonaristas convictos, os laços do emedebista com corrupção são até mais firmes do que as razões que levaram à prisão de Lula no caso da cobertura no Guarujá. A despeito dos outros processos contra o petista, como o sítio de Atibaia e propinas em medidas provisórias, ele ressalva.

Mas a operação da manhã desta quinta-feira (21) fez tocar um alerta. Além de Temer, foi preso o ex-ministro Moreira Franco (MDB). 

Ansiosos pela aprovação da reforma da Previdência, alguns deles receiam que o parentesco de Moreira Franco com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, possa embaralhar os esforços pela evolução da reforma no Congresso.  Maia é casado com a enteada de Moreira Franco. 

No exato momento em que a prisão veio à tona pelos sites de notícia, no meio da manhã, empresários reunidos em um seminário sobre comércio internacional perderam o foco na fala do secretário especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo. Luiz Fernando Furlan, presidente do Lide, foi um dos que colou os olhos em seu celular.

Ao final do evento, um dos palestrantes lamentou, em tom de brincadeira, que a repercussão do debate seria baixa: “quem gostou da iniciativa [do projeto apresentado] e quiser reforçar ela na mídia digital, será muito bem vinda a hashtag #BR+, porque acho que a mídia em geral vai estar ocupada com outros assuntos hoje.”

Presidente do Lide, Luiz Fernando Furlan, Gustavo Scheffer da Silveira, membro da câmara de arbitragem do ICC e o economista e colunista da Folha Antônio Delfim Netto
Presidente do Lide, Luiz Fernando Furlan, Gustavo Scheffer da Silveira, membro da câmara de arbitragem do ICC, e o economista e colunista da Folha Antônio Delfim Netto - Arthur Cagliari/Folhapress

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