O apetite da Caixa de executar as dívidas da Odebrecht gerou mágoa em pessoas ligadas à companhia, que corre o risco de desandar para recuperação judicial.
Lá dentro, dizem com desgosto que os bancos públicos —com os quais o grupo pode ter dívidas de R$ 20 bilhões— endurecem na cobrança, enquanto os privados estão mais ponderados. Ressentidos, lembram que o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, é genro de Léo Pinheiro, ex-presidente da “concorrente” OAS.
Garantidos A comparação entre a disposição de bancos públicos e privados para a cobrança é vista internamente na Caixa como um contraponto descabido porque os dois grupos estão em posições desiguais. As garantias dos públicos estão muito mais frágeis.
Conforto Bradesco, Itaú e Santander também são credores do grupo Odebrecht, mas as dívidas estão alocadas em outra empresa, controladora da Braskem. Por isso, esses débitos são garantidos por ações da petroquímica, o melhor ativo do grupo.
Duas irmãs Dentro da Caixa, quem ouve as insinuações ressalva: não há que se falar em concorrência entre Odebrecht e OAS por serem muito diferentes em tamanho de negócios e faturamento. Além do mais, caminharam juntas em cartel por muitos anos.
Língua Procurada, a Odebrecht diz que “não corrobora e repudia comentários com avaliações pessoais, ainda mais escondidas sob anonimato”. A Caixa não comenta.
Atração... O número de profissionais estrangeiros no Brasil subiu 13% no primeiro trimestre, ante o mesmo período de 2018, conforme os dados da Coordenação Geral de Imigração Laboral, do Ministério da Justiça.
...de cérebros Para Diana Quintas, da multinacional de migração Fragomen, há um detalhe que chama atenção: o aumento de profissionais com doutorado bate em 336%. Com mestrado, a alta é de 92%.
Barra alta Cresceram também os vistos indeferidos (42%). Quintas atribui, entre outros fatores, à nova lei de migração. “Apesar de ser mais aberta em relação às possibilidades de entrada, a nova legislação traz também mais rigor, como aumento dos anos de experiência profissional a serem comprovados”, diz.
Casa nova A sócia da Fragomen destaca o ritmo de investimentos pessoais dos estrangeiros residentes no país, que saltaram de R$ 14 milhões no primeiro trimestre de 2018 para R$ 48 milhões neste ano.
Chuva na praia A Argentina e a Avianca Brasil são dois dos motivos que levaram resorts a enfrentar retração em 2019, segundo a ABR (associação do setor). A ocupação caiu 11,5 pontos percentuais no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018.
Obstáculos O número de turistas argentinos, clientes fiéis de resorts brasileiros, foi um dos menores dos últimos dez anos. Já a recuperação judicial da Avianca reduziu e encareceu a oferta de malha aérea, segundo Ricardo Domingues, diretor-executivo da ABR.
Gole Flávio Meneguini, dono da Mitto Sucos —marca que nasceu em 2002 e hoje surfa a onda dos simpatizantes de Bolsonaro nas redes sociais— diz que a empresa é neutra na política. “Levamos na brincadeira, mas com cuidado, porque tem gente a favor e contra”, afirma.
Frutos O empresário não consegue mensurar qual foi o impacto direto do fenômeno do “mito Bolsonaro” nas vendas. Mas o faturamento subiu 50% de 2018 para cá. O início das exportações para a China e Japão ajudou, diz ele.
Laranjal Os opositores brincam que o sabor de laranja é o preferido. Mas os consumidores preferem uva, tangerina e maçã, de acordo com o empresário.
Na cabeça Trabalhadores de todas as plantas da Gerdau no país passam a usar capacetes de plástico de polietileno verde, feitos com matéria-prima renovável (cana-de-açúcar). A empresa comprou cerca de 6.500 unidades como parte do equipamento de proteção.
Com Igor Utsumi, Paula Soprana e Laísa Dall'Agnol
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