A explosão de ômicron e gripe sobrecarregou o sistema de telemedicina. Empresas especializadas no atendimento remoto relatam aumento nas horas de espera, recrutamento de médicos adicionais e redução no tempo de consulta para agilizar a fila.
Segundo o Portal Telemedicina, que conecta médicos a clínicas para oferecer consultas online, no geral, o tempo de espera para o atendimento hoje é o dobro em relação ao auge da pandemia, assim como o volume de demanda. Rafael Figueroa, diretor-executivo da companhia, diz que as grandes redes de saúde que atuam na plataforma estão com filas de até oito horas para o atendimento.
O portal afirma que aumentou sua equipe de médicos neste início de ano para conseguir manter o tempo de fila entre cinco e 15 minutos. Para atender à demanda repentina, as consultas, que duram em média 20 minutos, foram reduzidas para cerca de 12 minutos nos casos de Influenza.
Segundo a corretora 3 SEG, os usuários dos planos de saúde que a empresa atende têm relatado tempo de espera entre 4 e 6 horas no atendimento remoto e nos pronto-socorros. Para tentar evitar sobrecarga maior na situação, que se agrava desde a semana do Natal e atingiu um novo pico nesta sexta (7), a empresa diz que tem emitido alertas e informativos aos clientes para atualizá-los.
O Grupo Conexa, outra empresa do ramo, afirma que também reforçou o recrutamento de médicos para dar conta do volume de atendimentos, que quadruplicou nas últimas semanas. Só nesta quinta (6), foram 17.263 atendimentos, cerca de 50% acima do dia de pico da semana anterior.
Segundo a Qsaúde, em dezembro, a busca por atendimento em telemedicina por sintomas gripais, que agora atingenovas altas, já havia crescido 13 vezes em relação ao mês anterior.
A Abramge, associação que reúne operadoras de planos de saúde, diz ter recebido relatos de aumento no tempo de espera pelas teleconsultas. A entidade avalia que a disparada da demanda tem sido muito maior do que a capacidade de expansão do sistema de atendimento.
com Andressa Motter e Ana Paula Branco
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.