No mesmo dia em que anunciou o reajuste de 20% nos salários dos profissionais de saúde e segurança pública, nesta quinta (10), o governador João Doria (PSDB) investiu em outra frente de competição com Bolsonaro, mas na área da infraestrutura.
Ele resolveu dar uma cartada mais firme na disputa entre os defensores de uma ponte contra o grupo que prefere um túnel para ligar Santos ao Guarujá. O imbróglio se arrasta há anos e ganhou contornos políticos na rivalidade do tucano com o presidente.
Doria disse que o Estado vai entrar na Justiça para pedir o início imediato das obras da ponte, caso não receba até o final de março a autorização do governo federal.
"Já estamos há quase um ano que essa obra poderia ter sido iniciada. Só há uma razão para o governo federal não ter liberado: a razão política", disse Doria.
O ministro da infraestrutura do governo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (que deve disputar as eleições ao Palácio dos Bandeirantes com o vice de Doria, Rodrigo Garcia), tem feito sinalizações de apoio ao túnel nos últimos anos. Segundo o ministro, ponte não combina com porto.
No fim do ano passado, o conselho do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), composto pelo presidente da República, ministros e presidentes de bancos estatais, aprovou a inclusão do projeto do túnel no PPI.
Além da judicialização prometida por Doria em março, o assunto deve esquentar com a entrada de Bolsonaro pessoalmente na questão. É que um grupo de empresários que faz campanha pela opção do túnel convidou Bolsonaro para ir a Santos, em março, participar de um evento que vai defender a opção subterrânea.
Joana Cunha com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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