O uso de aromatizantes e outros aditivos no cardápio do fast food, que fez barulho nesta semana com o sanduíche de picanha sem picanha do McDonald's é um assunto que já vinha em alta no setor nas últimas semanas.
O concorrente Burger King, em uma de suas campanhas publicitárias, recentemente, ironizou o uso do glutamato monossódico pela indústria alimentícia. Mas a Ajinomoto, dona do Sazón, foi reclamar no Conar (conselho de autorregulamentação publicitária).
Por fim, a reunião do Conar da semana passada recomendou alteração da campanha do Burger King que leva o mote: "se ninguém quer que adicione corante, conservante ou aromatizante, por que tem gente que insiste em usá-los?".
O próprio Burger King tem também um hambúrguer com aroma de costela, o Whopper Costela.
Segundo o Burger King, o produto não tem corantes, conservantes e aromatizantes artificiais. O aroma é natural. A empresa diz que "sempre comunicou com clareza em todos os seus materiais a composição do hambúrguer, produzido à base de carne de porco (paleta suína) e com sabor de costela".
A rede afirma, ainda, que todas as informações sobre a composição do hambúrguer estão disponíveis aos consumidores nas peças publicitárias e cardápios.
A advogada da ONG de defesa do consumidor Idec Mariana Gondo diz que o Código de Defesa do Consumidor garante o direito à informação, que deve ser clara, adequada e ostensiva.
"Se existe a possibilidade do erro, justamente porque a empresa insiste em destacar o que o produto não tem, podemos falar que estamos diante de uma publicidade enganosa. Estamos falando do nome do sanduíche", diz.
Nesta semana, o McDonald’s foi notificado pelo Ministério da Justiça após confirmar publicamente que seu novo McPicanha não é feito com picanha, mas com um molho aromatizado. A rede chegou a suspender a venda do hambúrguer, mas disse nesta sexta-feira (29) que o produto vai voltar ao cardápio com novo nome.
Joana Cunha com Andressa Motter e Paulo Ricardo Martins
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