Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu ifood

Após acordo no Cade, Rappi mira redes de fast food e amplia entrega em 10 minutos

Órgão antitruste proibiu que grandes redes fiquem em uma só plataforma; iFood refez tabela de preços

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Com o início da vigência das novas regras que limitam acordos de exclusividade do iFood com grandes redes de restaurantes, o Rappi, seu principal concorrente no país, prevê fechar contratos com marcas que antes estavam apenas com a líder do setor.

Em fevereiro, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) chegou a um acordo com o iFood que impede o líder de mercado de fechar contratos de exclusividade com marcas que tenham 30 ou mais estabelecimentos.

Entregadores de Rappi e iFood, as plataformas líderes do mercado de entrega de refeições no Brasil - Mathilde Missioneiro - 16.mar.2021/Folhapress

O processo no órgão antitruste foi iniciado em 2020 pelo próprio Rappi. Depois, Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), 99Food e UberEats –que desde então abandonaram o serviço de entregas– também aderiram à reclamação.

"A boa notícia é que estamos tendo uma super aceitação dos parceiros. Das principais marcas do Brasil, todas virão para a nossa plataforma", disse à Folha Felipe Criniti, CEO do Rappi no Brasil.

O executivo assumiu a chefia das operações brasileiras em agosto, meses após a empresa de origem colombiana ter anunciado a compra da startup de entregas "last mile" (última etapa da entrega) Box Delivery, da qual Criniti foi fundador.

O Rappi também quer aproveitar o acesso a grandes redes de restaurantes para dobrar a aposta em sua modalidade turbo, que prevê a entrega na casa do cliente em até dez minutos após o pedido ter sido feito.

O projeto é direcionado a restaurantes cujo preparo da refeição dura até três minutos. Duas marcas de operação nacional devem integrar o serviço a partir das novas regras do Cade, diz o CEO do Rappi, sem revelar os nomes.

"Haverá a possibilidade de comprar em qualquer lugar de São Paulo um fast food e o produto chegar em 10 minutos", afirma o executivo.

Desde a formalização do acordo, o iFood diz que se aproximou das grandes redes e criou novas tabelas de preços autorizadas pelo órgão antitruste.

Para os restaurantes com menos de 30 lojas, com os quais ainda são permitidos acordos de exclusividade, a plataforma ampliou a oferta de crédito.

"A gente criou uma linha de crédito para restaurantes exclusivos, em que eles têm acesso a uma taxa 40% melhor do que eles encontrariam no mercado", diz Arnaldo Bertolaccini, vice-presidente de restaurantes do iFood.

A Folha mostrou que restaurantes com menos de 30 lojas acusam a líder de mercado de aumentar a taxa para quem não renovar a exclusividade. O iFood disse que a prática está dentro das regras acordadas com o Cade.

Com Artur Búrigo e Diego Felix

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.