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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu câncer

Farmacêuticas pressionam ANS para facilitar cobertura de planos a medicamentos de alto custo

Agência Nacional de Saúde impôs análise técnica antes de decidir sobre cobertura obrigatória

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São Paulo

Em disputa com os planos de saúde, grandes farmacêuticas querem que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) modifique as regras que impuseram mais uma etapa à cobertura de medicamentos especiais de alto custo.

Em carta, os laboratórios pedem que a agência altere as regras, reduzindo as etapas previstas para que produtos classificados como "de terapia avançada" sejam cobertos pelos planos. Pedem revisão por meio de debates e consultas públicas.

Imagem mostra caixa de medicamento. Ao lado, é possível ver duas seringas.
Zolgensma, remédio recomendado para o tratamento de AME (atrofia muscular espinhal) - Bruno Santos - 24.ago.20/Folhapress

Até o momento, existem somente cinco registros nessa categoria. Entre eles estão produtos para doenças raras ou linhas de tratamento oncológico fabricados por Novartis, Janssen e Gilead.

Um deles é o Zolgensma, da Novartis, usado para o tratamento de crianças com até seis meses diagnosticadas com AME (Atrofia Muscular Espinhal) tipo 1.

O custo elevado da terapia –que pode superar R$ 8 milhões, segundo operadoras– vem preocupando executivos do setor de planos de saúde.

Procurada, a FenaSaúde, que representa as operadoras de planos de saúde, não quis comentar. Em setembro, a entidade disse, em comunicado, que via rigor científico nas novas regras estabelecidas pela ANS para a cobertura de tratamentos de terapia avançada.

Em nota, a Abramge (Associação Brasileira dos Planos de Saúde) disse que está à disposição para participar "debates técnicos e de análises de impacto regulatório".

"A Abramge destaca a importância da autonomia das agências reguladoras. A entidade afirma, com base em experiência consolidada, a observância pela ANS de todos os ritos regulatórios necessários para fundamentar decisões outorgadas pela sua diretoria colegiada", disse a entidade.

A ANS afirma que a nova regra garante a segurança do consumidor.

"É preciso salientar que esse grupo de terapias recebeu uma classificação especial da Anvisa, por meio da criação de uma categoria específica, motivo pelo qual a diretoria colegiada da ANS decidiu, em setembro, que era necessário proteger o consumidor, ao tornar indispensável o estudo das terapias por meio da ATS (Avaliação de Tecnologias em Saúde)", disse, em nota.

Com Diego Felix e Paulo Ricardo Martins

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