O marco lógico, elaborado na década de 1970 pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês), é uma ferramenta utilizada para superar os principais desafios vivenciados pelo setor social no gerenciamento de projetos.
Entre eles, objetivos vagos, sem relação com as atividades realizadas pela organização; incertezas sobre a responsabilidade do gerenciamento e conflitos na hora da avaliação por falta de metas previamente definidas.
Ainda que a ferramenta tenha sido concebida há cinco décadas, esses desafios ainda estão no dia a dia de muitas organizações sociais e negócios de impacto.
De maneira geral, projetos são moldados a partir de boas intenções e janelas de oportunidade e se estruturam com financiamento de parceiros e apoiadores. Isso quer dizer que, em muitos casos, projetos e iniciativas sociais nascem sem uma definição exata sobre onde se quer chegar e o caminho que deverá ser percorrido até esse destino.
O marco lógico entra como ferramenta de gestão na fase inicial do projeto, com objetivo de planejar a intervenção de uma iniciativa de forma lógica, estabelecendo conexão entre a realização de ações estratégicas e o alcance de resultados máximos, o chamado impacto social.
Além disso, estabelece pressupostos que devem ser validados para que se possa avançar no alcance dos resultados e estabelece indicadores e fontes de verificação para a mensuração do desempenho do projeto.
Ainda que elaborado na fase inicial do ciclo de vida, a ferramenta é utilizada em todas as etapas de execução, do planejamento até o encerramento da iniciativa.
Na fase de planejamento, o marco lógico apoia a definição do escopo do projeto, detalhando atividades que devem ser realizadas para os resultados esperados. Na fase de implementação, ajuda no monitoramento do desempenho a partir de indicadores e, na fase de encerramento, oferece bases para a avaliação final do projeto.
Na fase de implementação, há indicadores que normalmente não estão mapeados no quadro lógico, mas que apoiam o monitoramento de desempenho dos projetos para garantir seu êxito.
"OKRs" —sigla para "objectives and key results" em inglês ou "objetivos e resultados-chave" em português—é uma metodologia de gestão para impulsionar um time a atingir objetivos desafiadores e estratégicos.
De forma resumida, um objetivo qualitativo é estabelecido e resultados-chave quantitativos precisam demonstrar o alcance desse objetivo em um prazo estipulado. Dessa forma, a gerência pode estabelecer para sua equipe objetivos que contribuam para o alcance dos resultados esperados, estipulando recompensas para aqueles que atingirem as metas.
Esses objetivos estarão conectados aos processos de gestão e desempenho da equipe, e não necessariamente com objetivos elencados para a iniciativa. Mas indiretamente irão contribuir para uma boa gestão do projeto, otimizando o alcance dos resultados esperados.
E como o marco lógico e os OKRs se relacionam? Suponhamos que um projeto atua com capacitações para empregabilidade de jovens. A liderança pode estabelecer como objetivo para sua equipe um alto nível de satisfação com as capacitações.
Como resultados-chave desse objetivo, 100% da equipe deverá estar treinada para realizar as capacitações e com nota acima de 75% na prova de certificação de facilitadores.
Como pode-se notar, esse OKR está atrelado à uma avaliação de performance da equipe, e não necessariamente a um objetivo específico do projeto. No entanto, quando alcançado, contribuirá para o sucesso do projeto, uma vez que um elevado nível de satisfação com as capacitações indicará uma alta qualidade das ações realizadas.
Um bom plano de monitoramento e avaliação deve considerar um plano de performance da equipe durante a execução do projeto, garantindo comprometimento com osresultados do projeto e com o alcance dos objetivos e impacto ao longo prazo.
Nesse ponto, os OKRs também se demonstram excelentes ferramentas de acompanhamento de resultados da equipe.
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