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Diagnóstico social é uma ferramenta imprescindível para a eficiência de projetos

Parte do planejamento, metodologia identifica as reais necessidades do território e traz mais assertividade

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Stellinha Moraes

Fundadora da ONG Anjos da Tia Stellinha. Assistente social, especialista em direitos humanos e mestranda em desenvolvimento local

Um dos principais erros de gestores de projetos sociais é a aplicação de projetos "prontos" em territórios vulneráveis. A prática, que muitas vezes acontece por influência do patrocinador ou do marketing de causa, aumenta o risco de não eficiência da intervenção ou até a piora a mesma.

O diagnóstico social, que deve ser aplicado antes da formulação do projeto, pode minimizar os riscos dessa intervenção e aumentar as possibilidades de sucesso. É fundamental conhecer o público que vamos trabalhar e as demandas fidedignas do território.

Mulher morena, de cabelos longos e lisos. Veste uma camisa formal e usa óculos e outros acessórios. Se encontra sentada e tem à frente uma mesa branca na qual se encontram um notebook e uma caneca branca
Stellinha Moraes, fundadora da ONG Anjos da Tia Stellinha. Assistente social, especialista em direitos humanos e mestranda em desenvolvimento local - Divulgação

A análise ajuda ainda a entender as ameaças, a correlação de forças, e as potencialidades das ações. Assim, podemos atuar com mais assertividade, utilizar dos stakeholders do território e empregar uma gestão participativa e colaborativa.

O diagnóstico social visa estabelecer objetivos e metas para aquela intervenção. Neste caso, os objetivos são a transformação que você deseja diante da causa ou problemática, e as metas são os pequenos resultados esperados no período.

Essa etapa inicial consiste também em observar o que está ao redor, analisar e colher as percepções do entorno. Isso inclui coletar falas de diversos atores, como moradores, equipamentos públicos, comércios, entre outros.

Ainda neste processo, cruzamos informações culturais como, costumes, língua, e hábitos, além de dados populacionais e sobre o território.

A existência de vínculos de partes externas com a causa —como empresas, coletivos e pessoas— também é levada em conta. Aqueles que não possuem vínculo com a causa, mas têm interesse e capacidade para apoiá-la, também são identificados.

A participação dos diversos stakeholders é importante porque os desejos e necessidades do território devem ser identificados no coletivo, e não isolados.

O diagnóstico não é neutro. Ele é conduzido e estruturado pela visão político ideológica da situação.

Algumas metodologias ajudam na execução de bons diagnósticos sociais. A análise Swot (do inglês "strengths, weaknesses, opportunities e threats", que significam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças), o mapa de influências, a árvore de problemas, os mapeamentos participativos, e as pesquisas socioeconômicas, são algumas delas.

Esta última, além de traçar a persona, ou público-alvo da intervenção, de forma clara, também alimenta o gestor de informações sobre as maiores problemáticas do território.

É uma forma de orientar as ações que terão maior aderência, além de identificar os principais atores sociais que poderão atuar no projeto.

Esse documento legitima a relevância da aplicação do projeto naquele território e justifica a intervenção de acordo com todos os dados coletados de forma direta e real.

A ONG Anjos da Tia Stellinha, da qual sou fundadora e gestora, realiza bienalmente sua pesquisa socioeconômica com mais de 500 mulheres.

O levantamento é feito sempre no ano anterior às intervenções propostas. Assim, delimitamos o público que trabalharemos e orientamos os programas, projetos e técnicos para minimizar os efeitos das demandas sociais identificadas.

Trabalhar com subsídios e informações reais coletados diretamente com os beneficiários das intervenções nos traz segurança para trabalhar. É um instrumento que diminui as margens de erros e o tempo de execução dos projetos, tornando-os mais eficientes.

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