Nas Idades Antiga, Média, Moderna e Contemporânea, vivenciamos transformações que nos levaram a evoluir, inclusive na condução dos negócios. Sociedades primitivas, agrícolas, comerciais, industriais e digitais criaram ferramentas para se relacionar, alimentar e locomover. De maneira similar, empresas aprimoram sua gestão conforme desejos e necessidades de consumo.
Na era antiga, usavam-se desde métodos rudimentares e limitados até registros manuais de contas para consulta. A análise de riscos e oportunidades era intuitiva.
Na época medieval, houve as primeiras sistematizações da movimentação contábil com controle de custos, fluxo de caixa e balanço patrimonial, sem insumos estratégicos.
Na era moderna, com o crescimento do comércio, da indústria e da tecnologia, cresceu a necessidade de instrumentos mais sofisticados. Daí surgiram fluxo de caixa, análise Swot (ou análise Fofa), DRE (demonstração do resultado do exercício), conciliação bancária e canva.
Visando apenas à maximização do lucro, a gestão focava em domínio de mercado, aumento da produtividade em escala, uso eficiente dos fatores de produção, além de eficácia e excelência na qualidade de bens e serviços.
As atuais crises climáticas e sociais pedem uma nova economia, com lideranças conscientes e comprometidas com a construção de um sistema econômico inclusivo, equitativo e regenerativo.
Modelos de negócios passaram a considerar sucesso além do lucro e a atribuí-lo às melhorias contínuas em produtos, processos e impacto positivo à sociedade e ao meio ambiente.
Foi preciso revolucionar a gestão com abordagens sistêmicas e sustentáveis. Hoje, várias ferramentas retratam impactos sociais e ambientais, como SDG Action Manager, Relatório GRI, Ecovadis, CDP, IFRS e SASB.
Uma das iniciativas globais nesta linha é a ferramenta gratuita de avaliação de impacto B (BIA), do Sistema B Brasil em parceria com o B Lab. Além de medir e avaliar o impacto socioambiental, ela direciona empresas na adoção de práticas mais sustentáveis, inovadoras e transparentes.
A ferramenta contribui para a transparência, pois auxilia organizações a serem honestas sobre o impacto que geram à sociedade e ao meio ambiente. Isso fortalece o relacionamento com stakeholders (colaboradores, clientes, fornecedores, investidores, governo e outros parceiros).
Ela também eleva a responsabilidade, já que incentiva empresas a assumirem autoria pelo impacto social e ambiental e a implementarem medidas para melhorar o desempenho nessas searas.
A ferramenta aumenta a competitividade, levando organizações a se destacarem em um mercado mais consciente sobre as demandas da sociedade e do meio ambiente. Essa é uma maneira de demonstrar compromisso com práticas mais responsáveis e sustentáveis.
Além disso, ela fomenta a inovação ao estimular a busca por soluções criativas para melhorar continuamente o impacto ambiental e social.
Outro benefício é a atração de talentos: empresas com reputação positiva em questões sociais e ambientais tendem a atrair e reter pessoas que compartilham dos valores e estão comprometidos com eles.
A BIA pode, ainda, auxiliar companhias de capital aberto a reportarem dados financeiros claros e comparáveis de sustentabilidade, o que se tornará obrigatório em 2026, segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A ferramenta também facilitará às instituições financeiras e consultores de investimentos identificar variáveis ESG em produtos, serviços e operações conforme o perfil do investidor previsto na CVM 30.
Ao olharmos para o futuro que queremos, vemos a necessidade de organizações reconhecerem e assumirem seu papel no mundo, observando não só seus resultados financeiros, como seu impacto socioambiental.
Seguiremos em frente até que todos os negócios, desde microempresas até multinacionais, tornem-se uma força para o bem da humanidade e do planeta. Assim, desenvolveremos recursos para as demandas das Empresas B e daquelas que querem se comportar como uma.
Temos a esperança de ver empresários olhando seus impactos socioambientais com a mesma vivacidade com que olham seus resultados financeiros. Que as empresas não sejam apenas as melhores do mundo, mas as melhores para o mundo.
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