Pedro Diniz

Jornalista com formação em comunicação audiovisual pela Universidade de Salamanca (Espanha).

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Pedro Diniz

Por que o vestido de Meghan Markle interessa ao Reino Unido

Grifes Ralph & Russo, Burberry e Erdem lideram apostas para vestir a noiva no sábado (19)

Sensível às variações de humor do mercado, a moda precisa de empurrões constantes para se manter viva e operar em alta. E é por isso que no sábado (19) as atenções da indústria se voltarão para o vestido da atriz Meghan Markle, a nova integrante da realeza britânica.

Para o Reino Unido, a escolha da noiva do príncipe Harry significará um sacolejo na autoestima ferida pelo Brexit e uma mão estendida após o tombo na venda de roupas e acessórios dos últimos anos. Em 2016, no auge do declínio, a consultoria Kantar Worldpanel divulgou que os britânicos deixaram de comprar quase R$ 3 bilhões em relação aos anos anteriores.

As apostas, então, voltam-se para as grifes britânicas. O prelúdio do interesse da coroa pela recuperação da costura local foi a visita da rainha Elizabeth 2º à semana de moda de Londres, em fevereiro passado.

Ralph & Russo, Burberry e Stella McCartney lideram os bolões dos especialistas. A primeira já foi usada pela atriz no anúncio do noivado, quando optou por usar um trenchcoat branco da marca por cima de um vestido tubo verde-musgo.

Flagrado na saída do ateliê londrino dos estilistas australianos Tamara Ralph e Michael Russo, o príncipe aumentou os rumores da escolha pela etiqueta e teria, segundo o “Daily Mail”, desembolsado quase R$ 500 mil para a confecção do vestido real.

McCartney e Burberry seriam escolhas seguras e representariam um aceno ao mercado de prêt-à porter, já que ambas dialogam com o orgulho britânico e a massa de plebeus do mundo inteiro que estará atenta ao enlace.

Entre uma e outra, a mais cotada é a Burberry, maior ativo da moda britânica e que passa por uma reestruturação. O inglês Christopher Bailey está deixando a direção de estilo –escolhe-lo seria um baita adeus do queridinho dos ingleses fashionistas– para ceder a chefia ao italiano Riccardo Tisci.

Se Tisci assumir o desenho, levaria a experiência como designer da Givenchy. Na grife francesa, ele trabalhou por 12 anos atendendo de Madonna a Kim Kardashian e, com o crivo da realeza, entraria no coração da indústria britânica pela porta da frente.

Curiosamente, as apostas, com exceção de Stella McCartney, priorizam tesouras imigrantes ou descendentes de imigrantes. O fator tem relevância pelo fato de Meghan Markle, além de primeira negra a ocupar uma posição de destaque na coroa, ser americana.

A nacionalidade pesa na aposta mais recente aventada nos tabloides. O estilista turco-canadense Erdem Moralioglu, da etiqueta inglesa Erdem, também teria sido procurado para cortar o longo.

Tanto a futura mulher do príncipe quanto a duquesa de Cambridge são fascinadas pela marca e costumam vesti-la em ocasiões especiais. Meghan usou a grife pela última vez em um casamento de amigos na Jamaica, em março, acompanhada do noivo.

Independentemente da assinatura escolhida, o novo vestido real já é dose de energético no adormecido mercado inglês e, a partir de amanhã, assim como foi o longo Alexander McQueen criado para o casamento de Kate Middleton, em 2011, será norte estético do mercado de noivas mundial pelos próximos cinco anos.

 
 
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