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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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A novidade pós-Copa é o São Paulo na briga pelo Brasileiro

A parcela de Diego Aguirre não é apenas tática, mas também no gerenciamento da equipe

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​A revolução são-paulina é silenciosa, comandada por Raí e vem desde abril, quando o diretor de futebol deixou o Castelão mais cedo, ainda durante o jogo contra o Ceará, para estar no treino de segunda-feira cedo, frente a frente com Diego Souza.

Assim, olho no olho, também se resolveu a relação com Nenê. Diego Aguirre entendeu que o meia, ex-Vasco, só jogaria bem se tivesse liberdade para se aproximar do ataque. Cara a cara também foram as conversas com Cueva. Todo mundo sabia que o jogador não fazia bem ao grupo. Até o peruano, agora no Krasnodar, da Rússia.​

Anderson Martins marcou o primeiro gol do São Paulo na vitória sobre o Corinthians, no Morumbi
Anderson Martins marcou o primeiro gol do São Paulo na vitória sobre o Corinthians, no Morumbi - Paulo Whitaker/Reuters

"As mudanças durante a Copa fizeram bem para o time, porque quem saiu não estava satisfeito ou o grupo não estava satisfeito com eles." A frase saiu de uma boca que frequenta o vestiário tricolor. Dos cinco que deixaram o elenco, só Marcos Guilherme não se encaixa nesse perfil. Deixou o São Paulo porque a diretoria tinha como consenso ser muito caro pagar € 7,5 milhões para tê-lo em definitivo. Os demais foram Valdivia, Júnior Tavares, Petros e Cueva.

O São Paulo pós-Copa ainda erra muitos passes. Foram 18% contra o Flamengo, 12% contra o Corinthians, mas virou a seu favor os prognósticos. Antes do Campeonato Brasileiro começar, dez entre dez críticos --estou nessa -- julgavam que corintianos e palmeirenses tinham muito mais chance de ganhar o troféu. O São Paulo parecia brigar por vaga na Libertadores. Mudou.

A semana de sucesso, duas vitórias em dois clássicos e os 58 mil torcedores no Morumbi indicam mudança de ambiente. O campeão não voltou, mas a confiança, sim.

A parcela de Diego Aguirre não é apenas tática. Boleiro precisa saber que pode acreditar no que o chefe diz. Aguirre disse a Diego Souza que se não treinasse bem não jogaria. Duas semanas depois, o atacante respondeu publicamente: "Aguirre foi muito homem comigo."

Taticamente, Aguirre sempre foi treinador de mudar de acordo com o jogo. No Morumbi, tem mantido mais vezes a formação tática. Mesmo depois de sua chegada, quando muita gente via o São Paulo jogando com três zagueiros, ele procurou deixar a linha de quatro defensores estável. Não é porque Militão pode formar por dentro da defesa que joga como beque. É lateral, mesmo nas vezes em que o time precisa que ele vá pouco ao ataque.

Joao Rojas forma o lado direito e foi preciso na partida contra o Flamengo, passe para o gol de Éverton. Contra o Corinthians, com o motorzinho do lado esquerdo ausente por suspensão, Aguirre adiantou Reinaldo para jogar como ponta. Muda a característica, não o sistema tático.

Agora, o São Paulo disputará duas partidas como visitante, contra Cruzeiro, no Mineirão, e Grêmio, na Arena. Daqui a uma semana, a ideia de que o São Paulo é a grande novidade pós-Copa pode se desfazer por dois resultados ruins. Mas o desempenho melhora desde antes da paralisação.

São quatro vitórias consecutivas e a lembrança de que, diferentemente de Corinthians, Palmeiras e Flamengo, o São Paulo tem a Copa Sul-Americana, mas não está na Libertadores nem na Copa do Brasil, o que pode alavancar o sonho de voltar a ser campeão em 2018, dez anos depois do tricampeonato brasileiro.

Reinaldo na ponta-esquerda: poucas mudanças
Reinaldo na ponta-esquerda: poucas mudanças - Folhapress
Militão: lateral, mesmo quando sobe pouco
Militão: lateral, mesmo quando sobe pouco - Folhapress

Lei de Andrés

Triste que um dirigente diagnostique que segurar jogador no elenco signifique dificuldade para manter o grupo estável e a luta pelo título. Especialmente quando quem fala é o presidente do campeão brasileiro. O caso atual é grave. Rodriguinho é o 46º jogador que começou o Brasileiro e já foi para o exterior.

Problema crônico

O Palmeiras fez 1 a 0 em 4 minutos contra o Atlético. Em 6 contra o Santos. E, então, passa a marcar atrás do meio de campo. Tirando subidas em bloco para tentar tomar a bola no ataque, o Palmeiras recua. Chutou bola na trave, perdeu gol com Dudu, mas... Recua. O problema se repete desde o início do ano.

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