Dudu criou pela ponta direita a jogada do gol de Deyverson, o sexto do goleador da era Felipão e o 11º passe decisivo do camisa 7 palmeirense.

No ano passado, Scarpa foi o recordista de assistências do Brasileiro, com 12. Dudu ainda tem oito rodadas para alcançar a marca. Jogando pela direita nos últimos quatro jogos sob o comando de Luiz Felipe Scolari, Dudu virou o craque do time.

Também foi dele a jogada em que Bruno Henrique quase fez 2 a 0, mas Cícero salvou em cima da linha fatal. Na segunda etapa, Dudu sofreu pênalti de Bressan e obrigou Paulo Victor a uma grande defesa, num contra-ataque com lançamento de Willian.

Com erros de finalização e acertos em passes, Dudu foi o jogo contra o Grêmio. Um ano atrás, não havia dúvida de que o gremista Luan era o melhor jogador em atividade no país. Melhor em campo no Pacaembu, Dudu é neste momento o grande candidato a craque do Brasileiro.

O Palmeiras é líder há três rodadas, tem três pontos de vantagem sobre o Internacional, quatro vitórias seguidas e 14 rodadas de invencibilidade no campeonato. No returno, são oito vitórias e dois empates, idêntico ao Corinthians das primeiras dez rodadas do ano passado, que levaram ao melhor turno de todos os tempos. Se seguir assim, será campeão brasileiro.

Trocar Dudu de lado não foi a única providência recente de Felipão. Contra o Grêmio, mudou o goleiro, porque Wéverton se ressente de uma dor na coxa que o impediu até de cobrar tiros de meta contra o São Paulo. Também inverteu o miolo de defesa. Pelo revezamento, seria a vez de Antônio Carlos e Edu Dracena contra os gremistas. Como não houve Libertadores na quarta passada, Felipão escalou o time C de Copas contra o Grêmio, mas com Luan e Gustavo Gómez, titulares na equipe B, de Brasileiro.

Pode ser uma pista de que a zaga será essa contra o Boca Juniors. É visível que Luan e Gómez vivem fase melhor do que Antônio Carlos e Edu Dracena. Mas há quem pense, no Palmeiras, que a escalação foi apenas um scolarismo, ou seja, Felipão quis dar a quem roeu o osso o privilégio de comer o filé num clássico do Campeonato Brasileiro.

Se essa lógica vale para Luan e Gustavo Gómez, não serve para Lucas Lima, banco de Moisés neste domingo.

Uma hipótese é ter poupado o meia por ser quem mais entrou em campo no torneio de pontos corridos, junto com Willian e Bruno Henrique.

A soma de todas as possibilidades reforça a tese de que Luan e Gustavo Gómez podem formar a nova defesa na Libertadores.

No país em que se entrega a bola para o adversário e quem contra-ataca ganha mais do que quem tenta criar, o Palmeiras é um misto das duas ideias. Há momentos em que encurrala o rival. Em outros, recua. Contra o Grêmio, pela sexta vez seguida, Felipão atrasou e fez sua equipe ter menos tempo de bola no pé do que seu adversário.

O Palmeiras está no caminho do título brasileiro, mas precisa de bom desempenho e três pontos contra o Ceará na próxima rodada. Na história, venceu cinco e empatou duas vezes contra os cearenses, em São Paulo. A última delas com Felipão como treinador, em 2010. É puro Felipão lembrar o elenco disso durante a semana.