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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Campeonato Paulista

Privatização do Pacaembu tem de sair para que ele não seja abandonado

Há suspeita de que o estádio mais querido dos paulistanos está sendo sucateado

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O clássico Santos x São Paulo no Pacaembu mostra como o estádio mais querido dos paulistanos continua importante. Em 2018, houve 23 partidas dos quatro maiores times do estado lá. Também a várzea utiliza o gramado. O contraste é haver relatos sobre cadeiras quebradas, queda de iluminação e do sistema, que deixou torcedores na fila em São Paulo x Mirassol, no sábado (12). 

Questionada após os primeiros depoimentos sobre dilapidação do patrimônio público, a prefeitura se pronunciou em nota oficial: “A Secretaria Municipal de Esportes e Lazer informa que, cotidianamente, a equipe de manutenção faz vistoria nas cadeiras do estádio e que, pouco a pouco, a substituição é feita conforme o cronograma de manutenção dos equipamentos da pasta.”

Tudo remete à privatização do Pacaembu e à suspeita de sucateamento para beneficiar a desestatização. Nos últimos dez meses, a prefeitura tratou de uma disputa entre o estado e o município sobre quem deveria ser considerado proprietário de parte do terreno. Isso foi resolvido com a assinatura de comodato, pelo ex-governador Márcio França, em dezembro. Agora, falta solucionar uma pendenga com o Tribunal de Contas. Os juízes entendem que a documentação dos participantes da licitação tinha de ter sido entregue no início do processo. A prefeitura pensa que a documentação será averiguada quando houver vencedor. Do ponto de vista prático, a lógica do município faz sentido.

Na vida privada, quando se compra uma casa, primeiro você faz a proposta, depois o proprietário aceita e então pede todos os documentos. 

A vida pública não é simples, mas deveria ser. Se o Tribunal de Contas não solucionar até 11 de fevereiro, será necessário fazer outra licitação. 

Mais complicada do que a administração pública, só a atual gestão do Pacaembu. É uma aventura ser o promotor de um jogo lá. Não se discute apenas o conforto, mas a segurança. 

Por mais que exista discussão sobre o processo de privatização, há processos de modernização indispensáveis. A licitação prevê R$ 220 milhões de investimentos. É claro que a privatização não deve ser semelhante à do Maracanã, com suspeitas de irregularidades do governo Sérgio Cabral. O Pacaembu pode ser muito mais bem conduzido, como em reformas recentes de arenas privadas. 

Nenhum palmeirense reclama da troca Parque Antarctica por Allianz Parque. Há torcedores que guardam, orgulhosos, as réplicas dos dois palcos. Se o orgulho fosse sólido, todo palmeirense que vai aos jogos levaria um pedaço de sua honra. No Maracanã, os que não vão argumentam com sua desesperança. Quem vai gosta, como mostram as pesquisas.

O que é necessário no Pacaembu é fazer a transição para um estádio confortável, moderno e convidativo. O que não pode é o Pacaembu ficar sem pai, o prefeito, nem mãe, a licitação. Passou da hora de abrir os envelopes.

A mudança no campo

Nos times de posse de bola, um goleiro joga sete vezes mais com os pés do que com as mãos. A informação ajuda a entender por que Sampaoli quer um goleiro bom de passe. Isso não avaliza a troca de Vanderlei por Éverson, primeiro porque não há a certeza de que o contratado do Ceará atuará tão bem no Santos como fazia em Fortaleza. Segundo, porque Vanderlei também pode jogar bem com os pés. Mas Sampaoli é responsável por seus erros e acertos.

O mesmo vale para André Jardine e seu desejo de transformar o São Paulo num time de troca de passes. Era assim com Ceni e Osorio. O Morumbi sofre com as transformações de filosofias a cada demissão de treinador.

Erramos: o texto foi alterado

O nome do ex-governador Márcio França foi grafado incorretamente em versão anterior deste texto. Ele foi corrigido.

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