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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Champions fecha década com estilo de jogo da terceira via

Título coroa estilo de Klopp, alternativo a Guardiola e Mourinho

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A última vez que o campeão da Champions League terminou sua campanha como recordista de troca de passes e de posse de bola foi o Barcelona de 2011. Daniel Alves define aquela formação de Pedro, Messi e Villa no ataque, Busquets, Xavi e Iniesta no meio de campo, como a melhor da história do futebol.

“Do que eu vi, não houve nada melhor”, afirma o capitão da seleção brasileira. Na memória afetiva deste colunista, e apenas por se tratar de afeto juvenil, só o Flamengo de Zico se aproxima. Aquele Barcelona fez parecer que só havia uma forma de jogar. Pressão na saída do adversário com arrastões de cinco segundos após a perda do esférico e rotatividade no ataque até abrir espaço na zaga e... Gol!

Guardiola foi, a partir de 2009, o antídoto para José Mourinho, campeão da Champions em 2004 e 2010 e da Premier League em 2005 com a defesa menos vazada de todos os tempos na Inglaterra. Os zagueiros de Mourinho pareciam ter ímãs para atrair a bola a seus pés. Foram 15 gols em 38 partidas. Por um período curto, o duelo de ideias entre Mourinho e Guardiola existiu em proporção semelhante à disputa da beleza entre os dribles de Messi e a objetividade de Cristiano Ronaldo. Então veio Jurgen Klopp.

Na Inglaterra, seu estilo é definido como “storming-football”, futebol-tempestade. A tormenta consiste em avançar a marcação e dificultar ao máximo o jogo dos zagueiros rivais, recuperar o controle da bola e então invadir o goleiro adversário com fúria, sem a paciência dos passes laterais.

Não que o Liverpool não tenha consistência para passar. É uma estupidez dividir o jogo entre os que fazem apenas uma coisa ou outra. Mas é clara a diferença de filosofias de Klopp, Mourinho e Guardiola. Evidente, também, que Mourinho saiu de moda, com sua dificuldade de relacionar-se com trabalhos medianos recentemente, no Chelsea, de 2013 a 2016, ou no Manchester United, de 2016 a 2018.

Campinho
Barcelona 2011: pressão e rotação -

O Liverpool campeão da Champions teve a 12ª média de posse de bola e foi o oitavo em passes. O Manchester City, brilhante, de Guardiola, caiu nas quartas com o recorde de passes e o melhor ataque da competição. Na Premier League, o sistema de Pep foi mais bem sucedido. O índice mais alto de passes por jogo da Europa ganhou o campeonato nacional mais importante do planeta trocando de pé em pé 699 vezes por partida e também com o maior número de gols: 95 em 38 rodadas.

A Champions não apresenta tendências, embora hoje faça isso mais do que a Copa do Mundo. Por se tratar de um festival de um mês, disputado por times impossibilitados de treinar dia a dia, a Copa é muitas vezes vencida por times antiquados. A França montou suas linhas de defesa atrás do meio e teve a 16ª média de passes. Mereceu ser campeã. Outro estilo.

Campinho
Liverpool 2019: pressão e velocidade -

Klopp representa um pouco do estranhamento que os alemães tiveram com Guardiola. Ao chegar ao Bayern, muita gente cobrou futebol mais objetivo. Klopp é assim: direto ao gol. “Não existe nenhum camisa 10 melhor do que a marcação por pressão”, define o técnico. Quer dizer que os números 10 do passado hoje se espremem em meio às linhas de marcação separadas por 12 metros. Esse espaço se cria mais facilmente quando se rouba a bola perto da área rival.

Reforma ou revolução

Jorge Jesus não é revolucionário, mas pode ajudar a ser reformista. Assim como com Dori Kurschner e Fleitas Solich, o Flamengo aposta num estrangeiro que traga métodos de cobrança para um jogo criativo. No Benfica, Jesus não fez milagre. Seu sucesso foi fruto da paciência para suportar derrotas.

Semana seleção

Neymar se junta a Cristiano Ronaldo entre os craques acusados por mulheres. Não dá para julgar quem enganou quem antes de a Justiça fazer isso. Quando Neymar fala sobre “lição”, chama a atenção que está outra vez envolvido com atrações externas ao campo. Nos próximos dias, a seleção não poderá ter esse tipo de preocupação. Sedução tem de ser com a bola no pé.

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