O Palmeiras virou contra o Bragantino, sem jogar bem, mas seguro na defesa. Nenhum time da Série A sofreu tão poucos gols (14) na soma de todas as competições deste ano e poucos preocupam tanto sua torcida quanto o de Luxemburgo.
Há quem diga, entre os conselheiros palmeirenses, ter ouvido de Maurício Galiotte estar preocupado e que Luxemburgo era a terceira opção, antes de ser contratado. Não é verdade. Foi a segunda. Depois de encerrar negociações com Sampaoli, o clube atendeu às demandas políticas de gente ligada a Leila Pereira.
Os velhos conselheiros queriam Luxemburgo e também têm responsabilidade na escolha. A maior é de Galiotte. Se conselheiro fosse bom, a gente vendia.
Luxemburgo deve continuar, com o compromisso de fazer o time evoluir. O treinador sabe tanto quanto a torcida que o time não está bem. Fala em perseguição, mas admite que o Palmeiras precisa jogar melhor.
Necessita de uma sequência de três vitórias, que pode ajudar a mudar o ânimo. Depois do Bragantino, triunfos contra Corinthians, na Neo Química Arena, e Sport, no Allianz Parque.
A novidade contra o Bragantino foi o brilho de Gabriel Veron, autor de um gol e um passe decisivo. O conjunto foi opaco, sem triangulações nem infiltrações.
Rival do clássico de quinta (10), o Corinthians só empatou contra o Botafogo, na inauguração do novo nome de seu estádio, e com gol salvador de Jô, aos 48 do segundo tempo.
Há poucas coisas funcionando, tanto no Corinthians quanto no Palmeiras. Cantillo inverte o lado da jogada e coloca Fagner para cruzar ou Ramiro para fazer gol, como aconteceu em duas das últimas três rodadas.
No Palmeiras, além do sistema defensivo, funciona a marcação por pressão. Quando o passe errado vira posse de bola para o rival, os meio-campistas se adiantam e recuperam rapidamente.
Mas a quantidade de passes errados é exagerada, e as recuperações não acompanham o ritmo.
Com todos os problemas, o Palmeiras está melhor do que o Corinthians, Não se trata de observar a classificação, mas o desempenho. Defensivamente, o time de Luxemburgo é mais forte, o que indica que o Corinthians de Tiago Nunes nem melhorou o ataque nem manteve a força defensiva de outrora.
Nenhum dos quatro grandes clubes de São Paulo está bem, mas a pressão sobre o palmeirense e o corintiano é incrivelmente maior. Justamente os que chegaram à decisão estadual, seguem nas tentativas e erros. O Corinthians mudou cinco titulares —Lucas Piton, Cantillo, Camacho, Mosquito e Araos, depois da decisão do Paulista.
O Palmeiras precisa de mais rapidez na troca de passes, curtos e lentos. A esperança não pode ser depositada num menino de 18 anos, como Gabriel Veron. Mas está quase toda em cima dele.
Tanto no caso do Corinthians quanto no do Palmeiras, a solução mais simples é demitir o técnico perdedor do próximo clássico. Será a repetição de todos os outros casos. Difícil é assumir os erros, corrigi-los e permitir que o trabalho prossiga.
Lembranças de Telê Santana, de cinco derrotas seguidas em março de 1992 e campeão da Libertadores quatro meses depois. É bem mais raro do que trocar de treinador.
Ausência
Cuca deixou Carlos Sánchez no banco de reservas, contra o Ceará, mas é claramente uma tentativa de provocar reação do meia. Sánchez é fundamental para o time, mas não está jogando bem. Seu compromisso com o grupo, por salários, pode ser também por treino e desempenho.
Reação
O São Paulo teve menos de 50% do controle da posse de bola, sofreu no primeiro tempo. As oscilações são enormes, mas o time de Fernando Diniz teve quatro vitórias nos últimos cinco jogos. Só o Atlético-MG, que ganhou do São Paulo, comporta-se como candidato ao título.
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