Fernando Diniz mudou oito titulares entre a eliminação do Campeonato Paulista, contra o Mirassol, e a vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians.
Mesmo levando em conta os desfalques de Daniel Alves, Reinaldo e Vitor Bueno, Diniz escancara que não estava feliz com o que tinha antes e melhorou o time nos últimos três jogos.
É a primeira sequência de três vitórias desde que Diniz assumiu o São Paulo, exceto se pensar que o triunfo contra o Água Santa, na estreia do Paulista, vinha somada aos bons resultados contra Internacional e CSA pelo Brasileiro de 2019, antes das férias.
Uma semana com três vitórias, é a primeira vez. Também é a melhor classificação do treinador em suas participações no Brasileiro. Entregou Athletico e Fluminense na zona de rebaixamento. Hoje, está em segundo lugar.
Depois de uma semana discutindo o suposto pragmatismo de Diniz, para salvar seu emprego, o São Paulo mostrou que não tinha nada disso. Pressionou a saída de bola com até sete jogadores à frente da linha do meio de campo. Paulinho Boia fechava o passe de Fágner, Sara e Pablo dificultavam a saída dos zagueiros e de Cantillo. O Corinthians ficou asfixiado na primeira etapa.
Até melhorou no segundo tempo, depois das alterações de Tiago Nunes e teve chance de fazer 2 a 1. Mosquito entrou melhor no clássico do que Luan e Otero. Mas o melhor em campo foi Tchê Tchê. Recordista de passes certos e de interceptações, teve atuação quase perfeita.
O Corinthians é contraponto. Não consegue avançar. Em menor quantidade do que Fernando Diniz, Tiago Nunes também alterou o time. Da decisão do estadual, contra o Palmeiras, trocou Gabriel por Cantillo, Luan por Araos, Mateus Vital por Léo Natel e Carlos por Sidcley, neste último caso por lesão. São quatro titulares diferentes e tudo igual na atuação.
O Corinthians é lento e não consegue fazer a bola ultrapassar as linhas de marcação com tabelas e triangulações. Completou sete clássicos seguidos sem ganhar do São Paulo no Morumbi. A última vez foi no polêmico jogo do fair play de Rodrigo Caio.
O Corinthians, neste momento, precisa olhar para as posições de baixo da tabela e o São Paulo mira o Internacional, dois pontos atrás.
Mesmo assim, não dá para ter certeza de que disputará o título. A paralisação pela pandemia criou muitas incertezas, os times paulistas sofrem por terem voltado aos treinos 48 dias depois de gaúchos, mineiros e do Flamengo, e além de tudo, o próximo jogo do São Paulo será contra o Atlético-MG, no Mineirão.
Jeito de candidato ao título, por enquanto, só o Internacional e o Atlético-MG mostraram.
Só que se trata de uma maratona, que só terminará no dia 24 de fevereiro. Por isso, é preciso medir cada pedaço de evolução e corrigir os defeitos com a paciência dos sábios. O São Paulo tem tentado fazer isso. Sem Daniel Alves, deixa de ter jogadores fora de série, mesmo que Hernanes possa assumir a postura de líder no meio de campo. Daniel fará muita falta.
Em segundo lugar na tabela, o desafio é se mostrar candidato ao título. Isso exige somar pelo menos quatro pontos nesta semana, contra Atlético-MG, fora, e Fluminense, no Morumbi.
Flamengo fiferente
O Flamengo conseguiu apenas sua terceira vitória na Vila Belmiro na história do Brasileiro. Mas está diferente. Abriu mão da posse de bola e venceu nos contra-golpes. Mérito de Gabriel, aniversariante do domingo.
O vacilo
Wéverton falhou feio e o Palmeiras empatou pela terceira vez no Brasileiro. Só Palmeiras e Grêmio seguem invictos, o time de Luxemburgo tem a defesa menos vazada do ano, mas não perder não ajuda a ganhar o campeonato. Vai ter de melhorar o ataque.
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