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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Abel Ferreira é dono do melhor emprego, no time mais estruturado

Rogério Ceni trabalha para tornar São Paulo o que era 15 anos atrás, posto que hoje é do Palmeiras

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O jornalista português João Almeida Moreira definiu como "complexo de Caim" a bronca do técnico Jorginho, do Atlético-GO, a respeito do comportamento de Abel Ferreira com árbitros. Há, de fato, depoimentos de que o treinador do Palmeiras exagera nas frases.

Mas evidenciar o desejo da reserva de mercado, três anos depois do sucesso de Jorge Jesus, não faz mais sentido.

O melhor emprego será do melhor. Hoje, Abel é o melhor. Rogério Ceni é quem mais pode produzir reação justa dos treinadores nascidos no Brasil, com inovações em treinos, jogos e estratégias. Isto se dará com tempo.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, em partida contra o Athletico-PR na Arena da Baixada, em Curitiba, em fevereiro de 2022
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, em partida contra o Athletico-PR na Arena da Baixada, em Curitiba, em fevereiro de 2022 - Pilar Olivares/Reuters

O tempo que Abel Ferreira teve para mostrar que não dirige um time de uma nota só, que não depende só de contra-ataques, teoria que sempre refutou. "Não existe só a posse de bola. Há quatro momentos de jogo. Tens de ser bom a defender, a puxar o contra-ataque, bom no ataque posicional e no momento em que perdes a bola. Somos uma equipe equilibrada em todos os momentos."

Abel disse isto a esta coluna em maio de 2021, quando era acusado de só usar o espaço. O primeiro gol contra o Atlético-GO, início dos 7 min mais incríveis do Brasileiro 2022, teve passe de Luan para Gabriel Veron, com a movimentação ofensiva caracterizando dois zagueiros, três médios e cinco atacantes contra quatro defensores goianos.

O Choque-Rei desta segunda (20) pode ter os cinco avantes palmeirenses no mano a mano contra uma linha de cinco zagueiros, quando o São Paulo estiver se defendendo.

Rogério Ceni é detalhista. Às vezes, superestima detalhes que explicam uma jogada, não o jogo. Como o gol sofrido contra o Botafogo, depois de um escanteio mal batido por Wellington.

Ou o gol que seu time sofreu do Palmeiras, no estadual, em que o técnico são-paulino percebeu a falha do médico, que induziu seu volante a voltar ao campo pelo lugar errado, e deixou sua equipe com um jogador a menos para combater o cruzamento para o gol de Rony. Rogério é bom e seu time evolui a cada mês. Como acontecia com o Palmeiras há um ano, enquanto os críticos só viam Abel contra-atacar.

Hoje, Abel reforça: "Nosso time não ataca em função do adversário, mas do nosso estilo". Isto não exclui que tenha uma estratégia para cada partida, para cada rival. Rogério mira o detalhe. Contra o Botafogo, escalou o time com Gabriel Neves, para jogar em linha de quatro zagueiros. Ao saber que os botafoguenses estavam escalados com três zagueiros, trocou o volante pelo zagueiro Diego Costa e fez a gentileza de avisar os botafoguenses sobre a alteração.

A atuação não foi boa e o São Paulo perdeu no Rio.

Rogério Ceni vai montar seu time para tentar vencer dois jogos seguidos contra a melhor equipe do país, da atualidade, pelo Brasileiro e Copa do Brasil. Este é um desafio maior do que discutir o mercado de técnicos com base em nacionalidade.

Neste momento, o melhor é Abel Ferreira. Monta o melhor time, trabalha no clube mais coerente e estruturado, o Palmeiras. Enquanto Rogério trabalha para tentar fazer o São Paulo voltar a ser o que era 15 anos atrás. Lembra? O São Paulo foi o que o Palmeiras é hoje. Era o melhor lugar para trabalhar e, por isso, tinha o melhor técnico.

São Paulo pode fazer linha de cinco na defesa
São Paulo pode fazer linha de cinco na defesa - Folhapress
Palmeiras ataca com cinco na última linha
Palmeiras ataca com cinco na última linha - Folhapress

O campeonato real

Havia o campeonato virtual, aquele em que só Palmeiras, Atlético e Flamengo disputariam. O real mostra o Corinthians na briga. Tem os mesmos 25 pontos, boa circulação de bola e não mais o pior em finalizações. Sem encanto, com competitividade.

O time virtual

Neste momento, o competidor virtual é o Flamengo. Como já havia acontecido na Supercopa, o rubro-negro deu liberdade a Arana e uma das ações do lateral do Atlético ajudou a definir o marcador. O Atlético, sim, ainda olha para o Palmeiras como concorrente.

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