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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Como o mundo vê a Copa

Vitórias espalharam comentários positivos sobre a seleção

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As vitórias do Brasil sobre Gana e Tunísia espalharam comentários positivos por programas de TV do planeta.

Há um misto de encanto e surpresa com o ressurgimento de Brasil e Argentina. Há jornalistas importantes na Europa olhando para a Copa do Mundo como a de maior equilíbrio da história, levando em conta seleções aparentemente despretensiosas que podem causar surpresas.

"A Holanda sofre em jogos muito físicos e rivais fechados. Louis van Gaal fez ressurgir sua seleção, mas o Senegal é um dos que podem nos causar danos." A observação é de Tiemen van der Laan, editor da revista holandesa Voetbal International.

Holanda conquistou 16 de 18 pontos possíveis em sua chave na Liga das Nações, com duas vitórias sobre a Bélgica - John Thys - 25.set.22/AFP

"Alemanha e Inglaterra tiveram momentos terríveis na Liga das Nações. A Espanha está bem, mas não tem pontas. Brasil e Argentina têm bom desempenho, mas é impossível dizer como se sairão contra adversários europeus. Vai haver muita aleatoriedade por causa da tabela."

Esse ponto de vista é de Jonathan Wilson, colunista do The Guardian, autor dos livros "A Pirâmide Invertida", sobre a história tática, e "Atrás da Cortina", sobre o futebol nos países socialistas.

A tabela é o aspecto abordado por Jonathan Wilson e já tratado neste espaço há uma semana. O Brasil pode ter o cruzamento mais difícil de sua história em Copas. Enfrentará Suíça e Sérvia no Grupo G, e é bom lembrar que, se o Brasil mostrou apenas aspectos positivos contra Tunísia e Gana, os suíços ganharam de Portugal, Espanha e República Tcheca, a Sérvia jogou bem e ganhou da Suécia e da Noruega. Não sofreu gol de Haaland.

Nos mata-matas, o Brasil pode ter de jogar contra quatro campeões do mundo. Esse é um dos maiores riscos para Tite e uma das grandes vantagens da Holanda.

Desde que Louis van Gaal retornou, foram 15 partidas, 11 vitórias e quatro empates. Se passar em primeiro lugar na chave de Qatar, Equador e Senegal, enfrentará o segundo colocado do grupo B, de Inglaterra, Irã, Estados Unidos e País de Gales.

"De fato, a tabela holandesa poderá favorecer se passarmos em primeiro lugar", pondera Tiemen van der Laan, com certo ceticismo, porque teme os senegaleses.

O jornalista holandês olha com atenção para a força do ataque brasileiro. "Neymar parece ter reencontrado a motivação por causa da Copa do Mundo, e o perigo do Brasil vem de vários lugares do ataque, diferentemente da Argentina, que tem Messi, Lautaro e pouco mais do que isso."

A temporada inglesa mostra que Richarlison foi a contratação mais cara do Tottenham, Gabriel Jesus, o maior dinheiro gasto pelo Arsenal, Antony, o maior negócio do Manchester United. Todos avantes.

A seleção de Tite também chamou a atenção dos críticos internacionais pela capacidade defensiva. É difícil fazer gol no Brasil –19 sofridos em 50 jogos desde a Copa do Mundo de 2018.

O melhor elenco é o da França, que só venceu um de seus últimos seis jogos. "O retorno de Benzema parece ter quebrado a hierarquia do vestiário. Quem é o chefe? Nem o técnico Didier Deschamps consegue definir, e eles têm muitos problemas internos", diz Van der Laan.

Há um pouco de especulação nisso, mas o fato de Mbappé ter se recusado a posar para a foto oficial de sua seleção lembrou muito o Brasil da Copa de 1990, que discutia prêmios com a CBF e tampava a logomarca da Pepsi-Cola, a patrocinadora, às vésperas da viagem para a Itália.

A Copa do Mundo começará em 50 dias, com apenas uma semana de treinos depois da liberação dos jogadores por seus clubes. O Brasil é candidato ao título. Não é favorito.

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