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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Libertadores

O esporte e a vida são feitos de vitórias e derrotas

Tecladores alviverdes precisam compreender que uma hora seu time vai perder

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A derrota para o Athletico-PR pelas semifinais da Libertadores foi a segunda vez em 21 jogos em que o Palmeiras não fez gol como visitante no torneio sul-americano. O primeiro revés depois de 13 partidas e apenas o sexto no ano. Nenhum time perdeu tão pouco em 2022 quanto o de Abel Ferreira.

O Flamengo caiu dez vezes, o Atlético, nove, o Santos, 13, o São Paulo, 14, e o Corinthians, 15.

Ter a equipe menos derrotada do Brasil na temporada não evitou a enxurrada de críticas nas redes sociais, uma espécie de turma do amendoim digital.

Enquanto os torcedores do Allianz Parque cantam e pedem que seus jogadores lutem sem parar, os tecladores do Palmeiras cobram explicações pelo fato de o clube ter contratado pouco e não ter banco de reservas confiável.

Vem de antes de antes do início da pandemia a decisão do clube de não gastar o que não tem. Alexandre Mattos foi muito importante para a reconstrução, e o Palmeiras voltou a ser ambicioso. Mas sua política de contratações não cabia mais em 2020, quando o passivo chegou a R$ 500 milhões –hoje é de R$ 550 milhões.

Flaco López foi o maior investimento recente do Palmeiras - Nelson Almeida - 30.ago.22/AFP

Daí a opção por escalar mais jovens, de trocar reforços como Borja por revelações como Danilo. Em 2017, Borja se tornou a quinta maior contratação da história do futebol brasileiro. Flaco López, neste momento, é a sexta –o colombiano caiu para 15º. Anderson Barros foi contratado com a missão de vencer e diminuir custos. Fez as duas coisas, com duas conquistas de Libertadores.

Existe um meio termo entre cortar investimentos e deixar de ser competitivo. O Palmeiras transita nesse cenário. Arrecadou R$ 971 milhões no ano passado, porque ganhou duas Libertadores no mesmo ano. É irreal. Sua receita normal está na faixa de R$ 650 milhões, o que representa um terço a menos do que o Flamengo.

Não será simples continuar competitivo no nível atual. Será necessário descobrir novas fontes de receita, e o marketing será essencial nesse ponto. Leila Pereira comete o grave erro de não ter um diretor profissional dessa área.

O outro lado é saber perder. Não se trata de ser conformista nem de gastar o que não tem. São Paulo e Corinthians precisam reencontrar o caminho dos títulos. O Palmeiras levou anos para redescobrir. No caso dos tecladores alviverdes, seria justo compreender que uma hora seu time vai perder. Basta ouvir Abel Ferreira para saber disso.

O risco de ganhar todo o tempo é esquecer-se de que o esporte e a vida são feitos de vitórias e derrotas.

A temporada anuncia o Flamengo como o grande favorito das copas. Joga o melhor futebol do país, deixa espaços nas costas dos laterais, mas sua proteção defensiva é melhor do que há um ano, quando também saiu das semifinais exaltado pela incrível capacidade de fazer gols.

Em 24 partidas, Dorival Júnior tem 18 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. Renato Gaúcho tinha 18 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Este Flamengo marcou 51 gols e sofreu 14. Há um ano, tinha 64 marcados e 15 sofridos.

O Flamengo, de Éverton Ribeiro, joga o melhor futebol do Brasil neste momento e se apresenta como favorito das copas - Luis Robayo - 31.ago.22/AFP

Não são de se desprezar o Fluminense e o Corinthians, na Copa do Brasil. Nem o Athletico, que pode permitir a Felipão encerrar sua carreira com seu terceiro troféu de Libertadores. Já ganhou duas vezes do Palmeiras, de Abel Ferreira.

O momento faz parecer que tudo neste país virou Flamengo x Palmeiras, nova versão do "El Clásico" Barcelona x Real Madrid, de dez anos atrás. Só que, aqui, a graça ainda é a bola ainda impor suas surpresas.

O Fluminense impediu o tetra estadual do Flamengo.

O Palmeiras terá de jogar muito para vencer o Athletico na semifinal da Libertadores.

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