Robson Jesus

Viajante, empreendedor digital especializado em gestão de projetos e futuro recordista mundial ao visitar os 196 países do mundo

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Timor-Leste, do massacre à transformação

Pais do Sudeste Asiático que superou traumas se abre para o turismo

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Timor-Leste, mais uma vez aquele senso comum: conflitos, ataques e massacres. No entanto, nesta minha 155ª visita a um país estrangeiro, deparei-me com uma cultura riquíssima, histórias cativantes e belezas naturais. Desde 1991, ano em que ocorreu o Massacre de Santa Cruz, esse país vivenciou muitos conflitos por causa de atritos com a Indonésia.

Robson Jesus em visita ao Timor Leste
Robson Jesus em visita ao Timor Leste - Arquivo pessoal

Este registro da história também é lembrado na capital. Eu pude visitar o cemitério Santa Cruz, em Díli, local em que houve um ataque aos timorenses que protestavam contra a ocupação do país pelos indonésios.

Contudo, o clima da viagem melhorou a partir do instante em que visitei o Monumento de 12 de Novembro, que homenageia o jovem que morreu lutando pela independência do país.

Cemitério Santa Cruz
Cemitério Santa Cruz - Arquivo pessoal

Também vi o Cristo Rei, semelhante ao nosso Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. E notei que os tempos de massacre tinham terminado quando me sentei nas areias brancas da praia, respirei fundo diante de um pôr do sol magnífico e desenvolvi respeito pela história do país.

Entretanto, a experiência mais significativa que vivenciei no Timor foi ocasionada por um homem que conheci ainda no aeroporto de Díli, o senhor Hugo. Morador local, ele aguardava sua esposa desembarcar do mesmo avião em que eu estava. Eu tinha acabado de chegar da Austrália, e ele reparou que eu procurava por informações referentes a hospedagem.

Assim, ele veio em minha direção. Após algumas trocas de palavras, ele sugeriu que eu passasse a noite em sua casa, com sua família. Aceitei o convite e, em seguida, fomos almoçar em um restaurante com a culinária semelhante aos costumes brasileiros: arroz, feijão, carne e salada.

Sua família de cinco filhos (três mecânicos e dois estudantes em intercâmbio na Austrália) morava em uma casa no topo de uma montanha.

Naquele momento pude notar a influência do futebol brasileiro pelo mundo, já que dois de seus filhos foram batizados em homenagem a jogadores com passagem marcante pela seleção, Bebeto e Branco. Todos da casa são fanáticos pela seleção e lembram da escalação completa do Brasil na Copa de 1994, ano do tetra (com Bebeto e Branco).

Observei comportamentos familiares, nos quais os mais velhos são cumprimentados com um gesto de pedido de bênção. Já as refeições são realizadas com todos reunidos à mesa. E quando eu digo todos, quero dizer que é muita gente. Por aqui, afilhados, primos e afins são considerados parentes próximos e dividem o mesmo teto. Não é comum ver em uma residência apenas pais e filhos morando juntos.

Robson Jesus em visita ao Timor-Leste
Robson Jesus em visita ao Timor-Leste - Arquivo pessoal

Dito isso, não foi surpresa ser convidado para participar da confraternização da graduação de um dos sobrinhos de Hugo. A comemoração foi realizada na mesma noite em questão, e posso dizer que me senti em casa naquele momento.

O salão era em frente à praia, e reuniu cerca de cem pessoas, todos parte da família, com bastante comida e, por incrível que pareça, muita música brasileira. As pessoas alegres, o clima tropical e as belíssimas praias me fizeram sentir como se estivesse no Brasil.

Não posso negar que morar aqui poderia ser bem interessante. Não compartilhamos apenas a mesma língua, também dividimos algo característico que ainda não sei descrever, mas sabemos o que é.
Viva o Timor e a luta de resistência de seu povo.

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