O apóstolo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, pediu a decretação de segredo judicial sobre a apuração que será feita em suas contas bancárias.
Em junho, a juíza Rossana Luiza de Faria determinou que os extratos bancários do apóstolo dos últimos três anos sejam enviados à Justiça a fim de que seja possível investigar se há confusão patrimonial entre as contas de Valdemiro e da Igreja Mundial.
A medida, que atinge também as informações fiscais do apóstolo, foi tomada em um processo no qual o proprietário de um imóvel em Carapicuíba, no qual funcionava um templo, cobra uma dívida de R$ 248 mil da igreja, entre aluguéis e encargos.
O advogado Carlos Alberto Pereira, que representa o locador, disse à Justiça haver indícios de que valores doados pelos fiéis foram “ocultados” nas contas de Valdemiro.
Argumentando que as informações são sigilosas e que o apóstolo é uma pessoa pública, a defesa do religioso solicitou à Justiça que as informações sejam disponibilizadas apenas às partes envolvidas na ação judicial. Como o processo é público, sem a decretação do sigilo, qualquer pessoa poderá ter acesso aos dados.
Não houve resposta ainda sobre o pedido.
Na defesa apresentada no processo, Valdemiro disse que não pode ser alvo da cobrança, pois não faz parte do estatuto social da igreja e tampouco assinou o contrato de locação como fiador.
Declarou ainda que o proprietário do imóvel não apresentou indício algum da alegada confusão patrimonial entre as suas contas e as da igreja. “São apenas suposições construídas pela mídia.”
Mateus Machado de Oliveira, ex-presidente da igreja, que também teve decretada a quebra do seu sigilo fiscal e bancário, afirmou não fazer mais parte da administração da Mundial e que não possui qualquer responsabilidade em relação à Igreja. Ele também solicitou segredo judicial sobre as informações.
A Igreja Mundial não contesta a dívida com o locador do imóvel, mas questiona os valores cobrados. Afirma que seriam R$ 202 mil, e não R$ 248 mil.
O advogado Carlos Alberto Pereira, que representa o proprietário do imóvel, disse à Justiça que a tentativa de Valdemiro de se eximir do vínculo direto com a Mundial soa “estranha” e até “leviana”, já que é notória “sua representatividade na instituição”.
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