O vocalista José Rodrigues Mao Júnior, 58, fundador dos Garotos Podres, foi condenado pela Justiça paulista a indenizar em R$ 10 mil o baixista Michel Stamatopoulos (Sukata), 56, e o baterista Leandro Ferreira (Caverna), 54, antigos colegas da banda de punk rock fundada em 1982.
O grupo, autor de “Papai Noel, velho batuta” e “Vou fazer cocô”, rachou em 2012 após um show em um festival em Araraquara, no interior paulista. Mao deixou os Garotos Podres e criou uma nova banda, “O Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos”.
Sukata e Caverna resolveram manter os Garotos Podres, com outro vocalista, mas Mao não aceitou e começou a reivindicar os direitos autorais sobre a banda, fundada por ele em 1982. Sukata entrou no ano seguinte e Caverna, em 1996.
Nas redes sociais, Mao passou a dizer que os Garotos Podres não existiam mais e que “pessoas inescrupulosas” estavam aplicando “golpes na praça” com uma banda fake. Além disso, atento à agenda de shows, procurava empresários que haviam contratado apresentações para dizer a eles que estavam lidando com uma “banda cover chinfrim e fuleira”.
“Mao sentia-se mais dono do negócio que os demais integrantes, não quis mais tomar parte do negócio e passou a difamar seus companheiros, chamando-os de impostores”, afirmou a defesa dos músicos à Justiça.
O vocalista, que perdeu o processo na primeira e na segunda instâncias do Judiciário, além de condenado a pagar a indenização, foi proibido de fazer ofensas e comentários inverídicos sobre a banda. “Os danos morais são evidentes”, afirmou a desembargadora Fernanda Gomes Camacho, relatora do processo no Tribunal de Justiça.
Mao, que está recorrendo da decisão, afirmou à Justiça que os antigos colegas não têm o direito de continuar com a banda, fundada por ele e outro músico, o guitarrista Mauro Dominguez. Declarou que eles tentam se apoderar de uma criação que não lhes pertence.
“Tanto a autoria do nome 'Garotos Podres', quanto os conceitos musicais e artísticos, foram lançados por Mao, que, na condição de vocalista da banda musical, era o criador das letras em conjunto com o guitarrista Mauro Dominguez”, afirmou a sua defesa no processo.
A defesa disse também que ele, em nenhum momento, ofendeu os músicos. “Os comentários efetuados –‘banda cover’, ‘coxinhas podres’, ‘chinfrim’, ‘fuleira’, ‘armação’ e, ‘fraude televisiva’– não se tratam de palavras ofensivas, e não foram dirigidas diretamente aos apelados [os antigos colegas], mas sim à banda que estes tencionaram continuar sem a presença do seu fundador.”
O recurso ainda não foi julgado.
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