Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Exportação de milho do Brasil dispara e se aproxima da dos EUA, líder mundial

Em 12 meses, os brasileiros colocaram 42 milhões de toneladas do cereal no mercado externo, um pouco abaixo dos 45 milhões exportados pelos americanos

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O Brasil chega ao topo mundial nas exportações de milho mais cedo do que se esperava e disputa a liderança com os Estados Unidos.

Nos últimos 12 meses, os brasileiros colocaram 42 milhões de toneladas do cereal no mercado externo, ficando próximos dos americanos, que exportaram 45 milhões.

Essa aproximação ocorreu muito cedo e pode não se concretizar nas próximas safras. Neste ano, os americanos tomaram decisões erradas com relação ao mercado e perderam espaço para ucranianos, brasileiros e argentinos, todos com patamares elevados de vendas externas.

Os americanos começaram o ano-safra em condições muito ruins. Houve atraso no plantio e esperava-se uma forte redução de produção.

Com isso, os produtores dos Estados Unidos seguraram o cereal à espera de preços melhores. Não houve a quebra esperada de safra, a produção vai ser boa e os produtores perderam o período ideal de vendas.

Com negociações restritas nos Estados Unidos, os importadores tradicionais do país procuraram outros mercados como os da Ucrânia, da Argentina e do Brasil.

O resultado foi que, de janeiro a outubro, o Brasil exportou 35 milhões de toneladas de milho, com receitas de US$ 6 bilhões (R$ 24 bilhões). A facilidade de compra do cereal no Brasil fica evidente pelos números dos principais importadores.

Irã e Japão, com 4,7 milhões de toneladas cada, lideraram as importações de produto brasileiro nos dez primeiros meses. Os iranianos já tem uma tradição de compras no Brasil.

O Japão, porém, tradicional importador dos Estados Unidos, elevou bastante o ritmo das importações no Brasil. De janeiro a outubro de 2018, o país asiático tinha limitado suas compras a apenas 238 mil toneladas no Brasil.

A Coreia do Sul também fez uma opção pelo produto brasileiro, saindo de importações de 352 mil toneladas nos dez primeiros meses do ano passado para 3 milhões neste ano.

Vietnã, Espanha, Egito e Taiwan também aumentaram as compras, todos eles com volumes próximos de 3 milhões de toneladas no ano.

Em 2018, o Brasil tinha menos produto para exportar do que neste ano.
 
A presença mais atuante do Brasil no mercado externo do milho se deve a fatores internos. Há uma década, o Brasil produzia apenas 51 milhões de toneladas do cereal. Nesta safra, dobrou a produção, somando 100 milhões de toneladas.

Esse avanço brasileiro se deve mais ao ganho de produtividade do que ao aumento de área plantada. Em 2009, o país obtinha, em média, 3.599 quilos por hectare. Neste ano, o patamar já é de 5.610.

O milho do Brasil segue os rastros da soja. Há duas décadas, sem tradição nenhuma no mercado externo, o Brasil colocou apenas 7.800 toneladas do cereal no mercado externo. Há dez anos eram 7,8 milhões de toneladas e, neste ano, o volume vai superar 40 milhões.

Neste mesmo período, as exportações de soja saíram de 8,9 milhões de toneladas em 1999, subiram para 29 milhões em 2009 e devem ficar em 70 milhões neste ano.

Com a saída de importantes parceiros de seu mercado, os Estados Unidos viram as exportações de milho de outubro de 2018 a agosto último despencarem para 47 milhões de toneladas, abaixo dos de 58 milhões de igual período anterior.

Em setembro e outubro deste ano, os registros de vendas externas, embora ainda provisórios, indicam embarques de apenas 3,6 milhões de toneladas nos EUA. Em igual período do ano passado, foram 10,9 milhões.

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