Walter Casagrande Jr.

Comentarista e ex-jogador. É autor, com Gilvan Ribeiro, de "Casagrande e seus Demônios", "Sócrates e Casagrande - Uma História de Amor" e "Travessia"

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Walter Casagrande Jr.

A partida continua no segundo turno, e o jogo será sujo

Votação no primeiro turno dá sinal de que país tem um lado sombrio

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Estas eleições mostraram um lado muito sombrio da nossa sociedade.

Mesmo ainda sob o calor dos resultados, estafados pela longa jornada da apuração na noite de domingo, precisamos fazer algumas observações: estamos passando pelo momento mais difícil desde a redemocratização do Brasil.

Foi inacreditável o número de pessoas eleitas pela mentira, pela destruição da Amazônia, pelo preconceito, pela omissão na compra das vacinas.

Eleitores chegam para votar em São Paulo - Caio Guatelli/AFP

Ficamos um pouco iludidos com as pesquisas, criando uma narrativa de uma possível vitória no primeiro turno.

Mas, pela força bolsonarista, que tem a máquina na mão, talvez tenhamos sido um pouco ingênuos.

Tenho os meus pensamentos e meus ideais e, mesmo achando que nos colocamos num cenário bem pior do que aquele em que estávamos antes das eleições, respeito muito os resultados das urnas.

Mas não dá para aceitar os ataques que as pessoas do Nordeste estão recebendo por não terem votado em Jair Bolsonaro.

Essas pessoas são abomináveis, cruéis e usam a fragilidade de um povo sofrido para feri-los na alma.

A princípio, fiquei decepcionado, mas logo entendi que seria difícil, porque Jair Bolsonaro joga sujo e que, assim, não perde com facilidade.

O problema é que, agora, o jogo será mais agressivo, com fortes ataques por meio das mentiras, das fake news.

Distorcendo informações, e pelo número de votos que a extrema-direita teve, vejo que o jogo será muito complicado.

Vamos ver para que lado irão os eleitores de Ciro Gomes e Simone Tebet, porque as escolhas deles serão determinantes para o futuro do país.

Precisamos fortalecer a nossa democracia, e espero que essas pessoas entendam isso.

A destruição dos valores e dos princípios da nossa sociedade têm nome e número.

Mas quero destacar a vitória da Célia Xakriabá para deputada federal por Minas Gerais. Uma forte liderança indígena, uma companheira de luta, amiga. Não tenho dúvida da sua força.

Fiquei muito feliz por ela e também pela Sônia Guajajara, que foi eleita deputada federal por São Paulo. Junto com a Célia, ela mostra a força da bancada do cocar.

São pessoas que vão lutar, desta vez de dentro da política, pela proteção da nossa floresta, da nossa mata, e pelos povos originários.

Sônia também é uma grande liderança e, assim como a Célia, muito respeitada no mundo todo. Confio muito nelas.

A partida continua no segundo turno, mas agora a jogada é mano a mano, frente a frente, olho no olho, entre a democracia e o fascismo.

O candidato à reeleição joga sujo, usando a máquina a seu favor, com as mentiras como carro-chefe da sua campanha.

Muitos dos seus companheiros destruidores e preconceituosos foram eleitos, uma vitória sua. O "exército" contra o Brasil estará na Câmara do Deputados e no Senado.

Os indecisos terão 28 dias para perceber que a democracia vai ruir de vez caso Jair Bolsonaro ganhe.

O que vocês sentem pelo Brasil?

Amor ou ódio?

Só há estas duas escolhas:

13 é o amor.

22 é o ódio.

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