Publicidade
Publicidade
Delegado do Amazonas diz que vítimas de pedofilia são "meninas rodadas"
Publicidade
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
O delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Josué Rocha, usou a expressão "meninas rodadas" ao ser questionado nesta segunda-feira (26) pela Folha se empresários e políticos investigados por crimes de pedofilia e prostituição de crianças e adolescentes tinham preferência por menores virgens.
Polícia busca empresários e políticos suspeitos de pedofilia no AM
Virgindade de meninas índias vale R$ 20 no Amazonas
Exploração sexual de garotas indígenas é denunciada desde 2008
"Essa questão [compra] da virgindade não foi detectada, até porque, quando uma menina começou com 13 anos, ela não era mais virgem. São meninas rodadas, exatamente, são meninas que tiveram passagens por vários clientes", afirmou, em Manaus, o delegado-geral.
Na última sexta-feira (23), a Polícia Civil desencadeou operação contra esse tipo de crime. Oito pessoas, suspeitas de agenciar as meninas, continuam presas, preventivamente. Cerca de 30 garotas, com idades de 12 a 17 anos, já prestaram depoimentos.
Josué Rocha disse que o número de "clientes" investigados chegou a 18. Eles foram denunciados pelas menores, entre os quais empresários do ramo da educação e da construção e donos de hotéis, boates e supermercados.
Segundo a polícia, os "clientes" pagavam os programas com roupas, celulares, máquinas fotográficas e dinheiro.
"As vítimas não relutaram em declarar seus algozes", afirmou o delegado-geral.
Procurado pela reportagem, o coordenador do Centro de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Amazonas, promotor Fábio Monteiro, criticou a declaração do delegado-geral Josué Rocha sobre a virgindade das meninas.
"É uma visão completamente equivocada e infeliz [do delegado]. Pessoas nessa faixa etária não têm experiência de vida suficiente, daí ser proibido por lei a prostituição infantil e a pedofilia", afirmou.
A operação "Estocolmo" é dirigida pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente. Os crimes investigados são estupro de vulnerável, exploração sexual e rufianismo (obtenção de lucro através de exploração sexual).
FRONTEIRA
Em São Gabriel da Cachoeira, fronteira com a Colômbia, a Polícia Civil abriu inquérito em 2011 para investigar crime de exploração sexual contra meninas indígenas. Elas denunciaram nove homens, mas nenhum deles foi preso ou indiciado.
Devido a morosidade da investigação na Civil, a Procuradoria Geral da República pediu a federalização de três inquéritos. O Tribunal de Justiça do Amazonas ainda não se posicionou sobre o deslocamento dos inquéritos à Polícia Federal. Até o momento os suspeitos não prestaram depoimentos na polícia.
+ Canais
- Acompanhe a editoria de Cotidiano no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
- Conheça a página da Folha no Facebook
+ Notícias em Cotidiano
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice