Babá diz que Elize Matsunaga comprou serra elétrica no dia do crime
Em novo depoimento à polícia nesta quarta-feira, uma das babás da filha do casal Matsunaga afirmou que Elize, 30, comprou uma serra elétrica portátil no dia em que Marcos foi morto e esquartejado, em maio deste ano.
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A serra elétrica foi adquirida em Cascavel, no oeste do Paraná, pouco antes de Elize, a filha e a babá retornarem para São Paulo, no dia 19 de maio.
A babá Mauriceia José Gonçalves dos Santos, 42, contou que as três passaram alguns dias em Chopinzinho (PR) e, antes de se dirigirem ao aeroporto em Cascável para pegar o voo de volta para São Paulo, Elize parou em uma loja para comprar o aparelho.
A babá contou à polícia que retirou a serra elétrica de uma das malas da viagem já no apartamento do casal. Naquele dia, Elize dispensou Mauriceia, que foi embora, e disse que ela mesma guardaria as roupas e o aparelho.
Para o advogado da família de Marcos, Luiz Flávio Borges D'Urso, a nova informação é mais um elemento que afasta a versão da defesa de que Elize matou e esquartejou o marido durante violenta emoção, condição que poderia levar a diminuição da pena.
"O que se desenha de forma muito clara é que esse crime foi preparado, meditado, minuciosamente arquitetado a ponto de ela parar para comprar uma serra elétrica", disse o advogado.
Para a acusação, Elize já pensava em esquartejar o corpo do marido. "Tudo leva a crer que a serra tenha sido usada para o esquartejamento", disse. O aparelho comprado durante a viagem não foi encontrado no apartamento onde ocorreu o crime.
Divulgação | ||
Aparelho semelhante ao comprado por Elize Matsunaga, de acordo com depoimento de uma das babás à polícia |
MEDO
Questionada sobre o motivo de não ter revelado os fatos em seu primeiro depoimento, a babá disse que estava com receio. De acordo com D'Urso, Mauriceia apenas se sentiu segura para falar sobre a compra da serra há dois dias, quando contou primeiramente para o pai de Marcos.
Ela permanece cuidando da criança, que ficou aos cuidados de uma tia de Elize por cerca de três meses. Em agosto, a Justiça deu a guarda da menina aos avós paternos e Mauriceia continuou sua babá.
O marido da babá e sua filhas também foram ouvidos hoje no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Novos depoimentos deverão ser recolhidos para o segundo inquérito instaurado, após perícia constatar a presença de material genético de uma terceira pessoa na cena do crime -- que não é de Elize nem de Marcos.
Elize é ré confessa e está presa desde o dia 4 de junho no Complexo Penitenciário de Tremembé (a 138 km de São Paulo). Ela é acusada de homicídio doloso triplamente qualificado (que serve para aumentar a pena): motivo torpe (vingança), recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel.
Em agosto, a Justiça negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa. A liminar do pedido de liberdade já tinha sido negada em junho.
CRIME
O crime ocorreu em 19 de maio, no apartamento onde o casal vivia, na Vila Leopoldina (zona oeste de São Paulo), e os pedaços do corpo de Marcos foram jogados em locais distintos de Cotia (Grande São Paulo).
Segundo sua defesa, ela matou Marcos após uma discussão na qual foi agredida por ele e também porque temia ficar sem a guarda da filha, em uma eventual separação do casal. A briga entre o casal começou porque Elize confrontou Marcos com a descoberta de uma traição por parte dele.
Para a Promotoria, Elize matou e esquartejou o marido de maneira premeditada para se vingar porque era traída e também para ficar com R$ 600 mil de um seguro de vida da vítima. (MARINA GAMA)
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