Governador diz não saber quantos baleados na BA têm antecedentes
Um dia depois de a Polícia Civil ter informado que só dois dos 18 baleados em Salvador tinham passagens pela polícia, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou nesta quinta-feira (12) que as investigações são inconclusivas e que não dá para afirmar quantos têm antecedentes criminais.
"Não há nenhum posicionamento oficial da Polícia Civil sobre o número de pessoas que tenham registro [de antecedentes]. Isso está sendo apurado porque você tem muito homônimo. E o sistema, como você não tem eventualmente um detalhamento, isso não está concluso", disse, em entrevista à Rádio Band News.
Na quarta-feira (11), a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou à Folha e ao site "Bahia Notícias" que um dos mortos foi detido duas vezes por brigas no Carnaval e um dos feridos foi preso três vezes por tráfico de drogas.
A declaração do governador é a terceira versão do governo para o episódio, registrado no último dia 6, quando 12 pessoas foram mortas e outras seis ficaram feridas após uma operação policial.
Na semana passada, a Polícia Civil informou que nove das vítimas tinham histórico no crime por tráfico, roubo ou homicídio.
Segundo a versão da semana passada, policiais da Rondesp (Rondas Especiais da Polícia Militar) entraram em confronto com um grupo de criminosos que se dirigiam a uma agência bancária no bairro do Cabula, de classe média baixa.
REPERCUSSÃO
No dia 6, Costa parabenizou os policiais e comparou a decisão de atirar contra os suspeitos à de "um artilheiro em frente ao gol que tenta decidir, em alguns segundos, como é que ele vai botar a bola dentro do gol".
As mortes geraram críticas da Anistia Internacional e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O Ministério Público Federal abriu inquérito para investigar os indícios de violação dos direitos humanos.
Na entrevista desta sexta, o governador disser ser "oportuno" que a Procuradoria investigue a ação policial, mas provocou o órgão, convidando para que ajude a Polícia Civil da Bahia a investigar os crimes cometidos por traficantes. "Agora quero que apure também e ajude a solucionar as 178 execuções que o crime organizado fez na região metropolitana [de Salvador] no mês de janeiro. São jovens que são executados pelo crime organizado. O jovem consumiu, não pagou, morre", disse.
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