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Em 1 mês, SP tem mais mortes por deslizamentos que em todo o ano de 2021

Corpo de Bombeiros confirmou 34 óbitos após fortes chuvas na região metropolitana e interior

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São Paulo

As 34 mortes após as chuvas de janeiro no estado de São Paulo superam em 47% os 23 óbitos em soterramentos e deslizamentos registrados pelo Corpo de Bombeiros em todo o ano passado.

Segundo a corporação, em 2021 houve 295 ocorrências de deslizamentos de terra em São Paulo. O mês de janeiro foi o que teve mais ocorrências, totalizando 43.

Em 2020, foram 398 desmoronamentos e 66 mortes. Naquele ano, fevereiro foi o mês com mais casos de deslizamentos, totalizando 133, ainda segundo os bombeiros.

Bombeiros procuram vítimas após soterramento, em Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Ao todo, fortes chuvas mataram 34 pessoas em todo o estado de São Paulo, segundo bombeiros - Rivaldo Gomes/1º Fev. 2022/Folhapress

Na última sexta-feira (4) foram encontradas pela corporação as últimas três vítimas desaparecidas, do deslizamento na rua São Carlos, Parque Paulista, em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo.

A cidade concentra 18 mortes pela chuva neste ano, mais da metade das 34 registradas no estado.

Na quinta-feira (3), os bombeiros já haviam encontrado o 15º corpo, de Tamires Aparecida Ferreira Santos (31). O corpo de seu marido, Gabriel Souza Cardoso (26), também foi identificado.

Também foram localizados os corpos de Caio Rodrigues, 36, e Vitor Rodrigues, 10, tio e sobrinho que viviam em uma das casas afetadas.

Na madrugada anterior, haviam sido encontrados os corpos dos gêmeos Lucas e Letícia dos Santos Sampaio, de 16 anos, e do avô deles, José Bonfim Filho, 82. Eles fazem parte de uma família que teve sete mortos na tragédia.

De acordo com a Prefeitura de Franco da Rocha, 188 imóveis foram interditados sob risco de desabamento, sendo 62 na rua onde houve o deslizamento. Cerca de 560 pessoas estavam desalojadas, segundo a mais recente atualização do município.

Na quinta, o governador João Doria (PSDB), que foi até a área do deslizamento em Franco da Rocha, anunciou o repasse de R$ 3 milhões à cidade, sendo R$ 1 milhão para o atendimento às vítimas e R$ 2 milhões para a recuperação da estrutura urbana.

Ao todo, o governo afirma ter destinado R$ 8 milhões para Franco de Rocha, além de distribuir R$ 10 milhões entre os outros municípios afetados pelas chuvas em janeiro, totalizando R$ 18 milhões.

A gestão do tucano gastou menos da metade do orçamento previsto para obra de infraestrutura antienchente em todo o estado de São Paulo, em 2021.

Dos R$ 996,9 milhões aprovados pelos deputados estaduais, foram gastos R$ 453,2 milhões, ou seja, 45% do total.

No ano anterior, o percentual gasto em relação ao orçamento disponível foi ainda menor, 18% dos R$ 718,1 milhões destinados para combater os problemas causados pelas enchentes.

Nos últimos dez verões, 223 mortes foram confirmadas em decorrência de alagamentos e deslizamentos, segundo a operação Chuvas de Verão no estado.

A secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, responsável pelas obras antienchente em São Paulo, afirmou que investiu R$ 333 milhões no combate às enchentes em 2021 e aumentou a execução orçamentária em 33% em comparação a 2019.

A pasta disse ainda que o montante não foi somado aos R$ 453,2 milhões gastos no orçamento de 2021 porque foi destinado a obras contratadas no fim de dezembro.

Trata-se da construção de dois piscinões em Franco da Rocha, na região metropolitana, e outro no ABC, no limite entre São Paulo, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo.

De acordo com a secretaria, as obras não foram iniciadas em 2021 porque a Caixa Econômica não liberou o financiamento.

A Caixa afirma, por meio de sua assessoria de imprensa, que o governo estadual pediu à Secretaria do Tesouro Nacional o arquivamento da operação, em 19 de fevereiro do ano passado.

A instituição acrescentou que usa como estratégia a "pulverização de contratações", estipulando limite máximo de R$ 100 milhões por operação, para disponibilizar crédito "a um número maior de entes públicos."

No ano passado, a Caixa afirma que foram contratadas 365 operações de crédito, com 340 entes públicos, no valor médio de R$ 16,2 milhões por caso. O total dos contratos somou quase R$ 6 bilhões, acrescentou a instituição financeira.

Mortos por cidade

  • Franco da Rocha - 18
  • Várzea Paulista - 5
  • Francisco Morato - 4
  • Embu das Artes - 3
  • Arujá - 1
  • Itapevi - 1
  • Ribeirão Preto - 1
  • Jaú - 1

Fonte: Corpo de Bombeiros

COMO AJUDAR

  • A Cruz Vermelha recebe doações de dinheiro pelo site, que permite pagamento no crédito, boleto e Pix. Também podem ser feitas presencialmente, na sede no bairro Indianópolis, em São Paulo, na av. Moreira Guimarães, 699.

  • A Cufa (Central Única das Favelas), em parceria com a FNA (Frente Nacional Antirracista) e a emissora Band, recebe doações de roupas, materiais de limpeza, higiene e eletrodomésticos em diversos pontos na capital, Barueri e Cajamar. Além disso, doações em dinheiro podem ser feitas por Paypal, Pix, boleto, cartão de crédito. Acesse a lista completa de endereços e formas de pagamento.

  • A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) recebe alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal e limpeza, roupas e água em todas as 57 estações (exceto Capuava, da Linha 10-Turquesa, que passa por obras). Os produtos serão enviados ao Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo e ONGs dos municípios de Francisco Morato e Franco da Rocha, que sofreram alagamentos e são atendidos pela CPTM.

  • A Caasp (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo), em iniciativa conjunta com a Comissão de Ação Social e Cidadania da OAB-SP, recebe doações de alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal em todas as unidades da Caasp no estado. Doações em dinheiro também podem ser feitas pelo Pix tesourariaadm@caasp.org.br.

  • O Fundo Social de Solidariedade de Cajamar recebe doações de alimentos não perecíveis, água, roupas, colchões, lençol/jogo de cama, produtos de limpeza e higiene pessoal para ajudar famílias de Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato. As doações podem ser deixadas entre 7h e 17h em diversos pontos da cidade:

    • Núcleo do Idoso (NIC) do Polvilho, av. Tenente Marques, 3419, Polvilho;

    • Ginásio Poliesportivo Antônio Carlos Tramassi, rua Creusa Ferreira L. S. Araújo, 120, Polvilho;

    • Ginásio Poliesportivo Paulo Olavo dos Santos, av. Bento da Silva Bueno, 537, Pq. Paraíso;

    • Ginásio Poliesportivo Lamartine Lima, av. Prof. Walter Ribas de Andrade, 300, Centro;

    • Fundo Social de Solidariedade, av. Arnaldo Rojek, 403, Jardim Penteado.

  • Da mesma forma, a Prefeitura de Franco da Rocha recebe doações de alimentos não perecíveis, água, produtos de limpeza e de higiene pessoal nos seguintes endereços:

    • Grêmio Desportivo Garoa, rua Coronel Fagundes, 280, Centro;

    • Fundo Social de Solidariedade, rua Bernardino dos Passos, 72B, Jardim Cruzeiro;

    • EMEB Maria Hernandez Aguilar, rua Carlos Magno, 449, Jardim dos Reis;

    • Rua Francisco José, 46, Jardim dos .

  • A Prefeitura de Jaú recebe doações de alimentos, móveis e utensílios domésticos no Ginásio de Esportes da Vila Netinho, na rua Dom Pedro I, Jardim Netinho Prado. Já o Fundo Social de Solidariedade (na rua Marechal Bittencourt, 656) e o Paço Municipal da Prefeitura (na rua Riachuelo, 306) recebem apenas alimentos.

  • A Prefeitura de Várzea Paulista pede doações de produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal, colchões, roupas de cama, vassouras e rodos. As entregas podem ser feitas no Fundo Social de Solidariedade, na rua Pedro Poloni, 36.

  • Em São Paulo (para vítimas de Franco da Rocha), na rua Barão do Rio Prata, 185, Sacomã.
  • Vaquinha virtual (para vítimas de Franco da Rocha).
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