Descrição de chapéu ataque a escola

Nunes lança botão de alerta contra ataques nas escolas e diz que carinho e abraços vão vencer crise

Ferramenta estará disponível para 4.000 unidades de ensino nesta quinta (20); prefeitura estima que Guarda Civil chegue a qualquer em até 5 minutos do acionamento

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São Paulo

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), participou nesta quarta-feira (19) do lançamento do aplicativo AlertaSP, criado como resposta a ataques nas escolas, e disse que a maior prevenção contra a crise de saúde mental entre estudantes deve ser baseada em abraços, carinho e atenção da comunidade escolar.

Nunes e secretários municipais ressaltaram que, apesar de disponibilizarem a ferramenta para toda a rede de ensino da cidade, a expectativa é que o botão de alerta não tenha de ser usado, afinal o desejo é que não ocorra nenhum tipo de ataque. A gestão municipal aposta, como política de prevenção contra a violência, no aumento das equipes de psicólogos e pedagogos treinados para identificar casos problemáticos.

Ricardo nunes fala ao microfone, que segura com o braço direito. à frente dele está um púlpito transparente
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), durante visita a obras da linha 6-laranja do metrô - Rubens Cavallari - 26.jan.23/Folhapress

Durante o evento de lançamento do AlertaSP na escola municipal Major Silvio Fleming, da Vila Prudente, na zona leste, o prefeito pediu que todos no palco e na plateia abraçassem as pessoas ao lado. Depois do "abraçaço", ele cobrou a atenção dos alunos do grêmio estudantil da escola para o acolhimento de colegas que se demonstrarem isolados do convívio.

"Não tem remédio mais forte [para questões de saúde mental] do que o carinho e o abraço", disse Nunes. "É com esse ambiente de fraternidade e amor que vamos evitar muitos problemas na nossa cidade."

O botão de alerta estará disponível para cerca de 4.000 escolas municipais de São Paulo a partir desta quinta-feira (20). A SME (Secretaria Municipal de Educação) também tem feito contato com as redes de ensino particular e estadual da cidade para oferecer o aplicativo.

Nas particulares e estaduais, a ferramenta deve demorar mais tempo para ser ativada. Sindicatos das escolas privadas e o governo estadual devem enviar à prefeitura a lista de instituições interessadas, para que os dados da escola sejam cadastrados no aplicativo.

Quando é acionado, o botão virtual alerta a GCM (Guarda Civil Metropolitana) sobre uma emergência e direciona a equipe mais próxima ao local. Um usuário pode cadastrar mais de uma escola onde trabalha. Portanto, antes de apertar o botão é necessário escolher em qual escola está ocorrendo a emergência, para então finalizar o alerta.

A prefeitura estima que os agentes de segurança consigam chegar a qualquer escola no tempo máximo de cinco minutos. O sistema da GCM é integrado com a Polícia Militar, que também pode ser acionada se puder chegar antes.

Nunes lembrou que ataques como os que ocorreram na Vila Sônia, na zona oeste, e em Blumenau (SC) costumam ser encerrados em poucos minutos ou até segundos, e que por isso a única política eficaz será a prevenção com apoio psicológico.

O aplicativo será destinado, inicialmente, à direção das escolas. A gestão municipal diz que, até o fim de abril, a ferramenta estará disponível para cerca de 10 mil pessoas.

A prefeitura também quer oferecer a ferramenta a outras cidades de todo o estado de São Paulo. O secretário municipal de Inovação e Tecnologia, Bruno Lima, diz que o AlertaSP foi doado à prefeitura pela empresa que o desenvolveu.

Como a propriedade da ferramenta é do município, a disponibilização para outras pode ser feita por contratos entre as prefeituras. O secretário terá uma reunião nesta quinta para definir o melhor instrumento legal para fazer essa transferência.

"Vai ser uma ferramenta muito eficiente, mas a gente tem certeza de que não vamos ter que acioná-la [na cidade de São Paulo], porque estamos muito confiantes em todas as ações que estão sendo adotadas", disse Lima.

A prefeitura também está comprando botões físicos que terão a mesma função do aplicativo. É um dispositivo de poucos centímetros que lembra um chaveiro e, ao ser pressionado, alerta a GCM sobre a escola onde haveria uma emergência.

A prefeitura prevê que a distribuição desses aparelhos deve ocorrer em cerca de 15 dias.


O que fazer em caso de ameaça de ataque a escolas

  • Especialistas afirmam que ameaças não devem ser ignoradas. Por isso, é importante que os pais e escolas procurem a Polícia Civil e canais criados pelo Ministério da Justiça para denunciar qualquer tipo de ameaça

  • Não compartilhe mensagens, vídeos, fotos ou áudios com as ameaças

  • As autoridades precisam ser notificadas sobre qualquer tipo de ameaça, pois quem as produz ou compartilha também pode responder criminalmente

  • Pais, alunos e escolas devem manter diálogo estreito sobre alertas, receios e medidas adotadas. A transparência das ações é importante para aumentar a sensação de segurança

  • Fique atento e informe ao colégio qualquer mudança no comportamento dos alunos

Como denunciar

  • Como parte da Operação Escola Segura, o Ministério da Justiça lançou um canal no site para que sejam denunciados sites, blogs e publicações nas redes sociais. O site para denúncia é o www.mj.gov.br/escolasegura
  • Em São Paulo, no caso de ameaça, é possível ligar para o 181, canal da polícia que permite que qualquer pessoa forneça à polícia informações sobre delitos e formas de violência, com garantia de anonimato
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