Corpo do médico Diego Bomfim é enterrado no interior de SP

Irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL), ortopedista é uma das três vítimas do ataque a tiros em quiosque na Barra da Tijuca, no Rio

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Presidente Prudente (SP)

O corpo do médico ortopedista Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, foi sepultado na manhã deste sábado (7) no Cemitério Municipal Campal, em Presidente Prudente (a 558 km de São Paulo), cidade do interior paulista onde nasceu. Ele e outros dois colegas de profissão foram mortos a tiros em um ataque que deixou ainda um ferido. As vítimas foram atingidas na madrugada de quinta-feira (5) em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Diego era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL). Durante o velório, que teve início no fim da manhã desta sexta-feira (6), também em Presidente Prudente, a deputada afirmou que dados do inquérito serão solicitados pelos advogados da família para que todas as linhas de investigação sejam acompanhadas.

O corpo do médico Diego Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL), deixa o velório e segue para cemitério onde será enterrado em Presidente Prudente, no interior de SP, na manhã deste sábado (7) - Bruno Santos/Folhapress

O sepultamento foi acompanhado por parentes e amigos da família, todos bastante emocionados. Sobre o caixão, foi colocada a bandeira do Santos, time para o qual Diego torcia.

O irmão da deputada estava no Rio para participar de um congresso internacional sobre cirurgia minimamente invasiva, com 300 profissionais brasileiros e de outros países. Era visto por amigos como um profissional em ascensão na carreira. Também morreram no ataque os médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, e Perseu Ribeiro Almeida, 33. Único sobrevivente, Daniel Sonnewend Proença, 32, está internado.

A suspeita é que eles tenham sido mortos porque criminosos confundiram um dos médicos com Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, 26, acusado pelo Ministério Público de integrar a milícia de Rio das Pedras. Milicianos são criminosos que exploram o comércio local e cobram taxas de segurança ilegais, sob coação.

A polícia apura se o Comando Vermelho matou os envolvidos no assassinato dos médicos após terem conhecimento de que eles atiraram em inocentes e o caso ganhar repercussão nacional.

Samia Bomfim é um dos principais nomes da bancada feminina na Câmara. Tornou-se vereadora em 2016 e, no meio do mandato, em 2018, foi eleita como deputada federal, sendo reeleita em 2022 com 226 mil votos.

Ao falar sobre o assassinato do irmão, a deputada relatou muitas manifestações de solidariedade que, segundo ela, demonstram "o quanto a sociedade brasileira repudia profundamente o que aconteceu e o quanto o crime precisa ser solucionado e tratado com a maior seriedade", afirmou.

Apesar do apoio relatado por Sâmia, as redes sociais da deputada e do irmão Diego têm sido bombardeadas com mensagens de ódio e informações falsas.

Deputada estadual de São Paulo, Mônica Seixas, também do PSOL, relatou que há duas linhas de postagens ofensivas contra Sâmia e o irmão.

Uma parte tenta relacionar a morte de Diego à existência de um comércio ilegal de próteses ortopédicas. É uma notícia falsa. O médico morto no Rio era especialista em reconstrução ortopédica e atendia no SUS (Sistema Único de Saúde).

Outro grupo de agressões é dirigido diretamente a Sâmia. "Ficam dizendo que a família dela foi vítima dos bandidos que ela defende", contou Seixas.

"Estão fazendo com ela o mesmo que ainda fazem com a Marielle [Franco, vereadora do PSOL assassinada em 2018 no Rio]", disse.

A mãe e a irmã de Diego fizeram um apelo pelo fim das mensagens de ódio contra a família.

"Eu peço, se há um pingo de humanidade, não misturarem política, não façam comentários maldosos", disse Dayane Bomfim, 36, irmã de Sâmia e de Diego. "Pelo amor de Deus, coloquem-se no lugar da minha família, não espalhem fake news", completou.

A mãe de Diego também relatou que a família recebe constantes ameaças devido à atuação política da filha deputada. "É muito ódio, as pessoas precisam voltar à realidade. Nós somos uma família simples, o Diego fez faculdade financiada pelo Fies [programa federal de financiamento]", comentou Antônia Cavalcante de Souza Bomfim, 62.

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