Descrição de chapéu Alalaô

Volta da Vai-Vai e desfiles de Mocidade e Império são destaques da 2ª noite em SP

Sambódromo do Anhembi teve ainda Gaviões da Fiel, Tom Maior, Águia de Ouro e Acadêmicos do Tucuruvi

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A volta da Vai-Vai à elite do Carnaval, e os desfiles da atual campeã Mocidade Alegre e da Império de Casa Verde foram os destaques da segunda e última noite de apresentações do Grupo Especial de São Paulo, que terminou na manhã deste domingo (11).

Gaviões da Fiel levantou a arquibancada com enredo futurista e Tom Maior, Águia de Ouro e Acadêmicos do Tucuruvi levaram lindas homenagens para a avenida.

0
Desfile da Vai-Vai, que voltou ao Grupo Especial de São Paulo e abriu a segunda noite de Carnaval - Karime Xavier/Folhapress

A Vai-Vai foi a primeira a desfilar, fazendo o público agitar as tradicionais bandeirinhas na arquibancada e cantar o samba em homenagem aos 40 anos do movimento hip-hop.

A Saracura apresentou um passeio pelos anos 1970 e 1980, enchendo a avenida de empoderamento negro —com peruca black power em diversas fantasias— e referências ao hip hop na cidade de São Paulo. Expoentes do movimento, como Nelson Triunfo, a cantora Negra Li e integrantes dos Racionais MC's e participaram do desfile.

O grupo do rapper Mano Brown —que acompanhou os puxadores do samba— foi homenageado em uma das alas, batizada com nome do álbum Sobrevivendo no Inferno.

A Tom Maior foi a segunda a se apresentar com o enredo Aysú: uma história de amor, uma versão indígena da tragédia grega de Orfeu e Eurídice.

"Nós falamos sobre o amor, a escola é amor e o que fizemos hoje [sábado] foi amor", disse a intérprete da escola, Dida Matos, ao explica a opção pelo enredo.

A escola, que completa 50 anos, chamou a atenção com alegorias grandiosas. O abre-alas trazia esculturas de animais, como um grande jacaré, e integrantes representavam remar uma canoa.

Com alas repletas de fantasias luxuosas, a comissão de frente foi destaque com trajes que alternavam entre o dia e a noite. Ao contrário do mito grego, a história contada pela Tom Maior teve final feliz, representado pelo encontro do casal no último carro.

Em seguida, a atual campeã do Carnaval, a Mocidade Alegre fez o escritor Mário de Andrade —interpretado pelo ator Pascoal da Conceição na comissão de frente— sair do trem para sambar na avenida. O enredo mostrou as viagens do modernista pelo interior o país.

O abre-alas trouxe uma réplica do viaduto do Chá, no centro de São Paulo, além de engrenagens para mostrar que a cidade berço do modernismo não para.

Já a ala das baianas da Morada do Samba impressionou com fantasias que simulavam pedra-sabão, homenageando as obras de Aleijadinho.

A bateria do mestre Sombra veio com pitadas de frevo e maracatu e foi impecável ao sair do recuo puxados pela rainha Aline Oliveira.

Quarta a entrar na avenida, a Gaviões da Fiel fez uma apresentação com temática futurista em uma homenagem ao desfile campeão da escola em 1995 —o verso "vou te levar pro infinito" do enredo de 2024 faz parte da letra do samba "Coisa boa é para sempre", daquele ano.

Bandeirinhas da agremiação foram distribuídas nas lotadas arquibancadas e a apresentação começou como teria de ser, com uma pitaco do hino do Corinthians e o grito do intérprete Ernesto Teixeira chamando a Fiel para cantar.

As alas vieram com muito platinado e cinza, em referência ao futuro. A apresentadora e rainha de bateria Sabrina Sato, que completou 20 anos de Gaviões, veio fantasiada de "Ciência do Infinito".

Mas a escola quase não passou à tempo pelo portão de encerramento, pois terminou o desfile 21 segundos após o tempo máximo (65 minutos). Como o estouro não completou um minuto, a agremiação não deve ser penalizada.

A Águia de Ouro homenageou o centenário do rádio com um desfile com doses de nacionalismo. Nas cores da bandeira, uma das alas citou a Voz do Brasil, programa obrigatório com o noticiário do governo federal.

No abre-alas, um casal descobria o aparelho enquanto surgiam as rainhas do rádio. Na referência à rádio Nacional, do Rio de Janeiro, houve interpretações de radionovela e programas de auditório.

Já o último carro trouxe homenageado da noite, o radialista Eli Corrêa, que emprestou seu bordão "oi, gente!" para o samba da escola.

Com um desfile imponente, a Império de Casa Verde não fugiu à tradição e levou para o Anhembi os seus enormes carros alegóricos para homenagear a cantora Fafá de Belém.

A carreira de Fafá e o Pará, estado onde a cantora nasceu, deram o tom do desfile. O abre-alas veio com a bandeira paraense e trouxe Mariana, filha da homenageada, e suas duas netas. A segunda alegoria era toda vermelha em referência ao grande sucesso da cantora.

Alas homenagearam o Círio de Nazaré, festa tradicional católica que ocorre na capital paraense da qual Fafá participa todos os anos, a atuação da cantora no movimento Diretas, já, e as vezes em que cantou o hino nacional.

Representando uma cabocla, a cantora —bastante emocionada— apareceu no alto do último carro, nas mãos de um grande indígena. A alegoria exibia imagens da vida e carreira de Fafá.

Última escola a entrar na avenida, a Acadêmicos do Tucuruvi desfilou já com o dia iluminado e falou sobre o Ifá, uma filosofia de origem africana, que também é conhecida pelas previsões do jogo de búzios —presente em diversas alas e fantasias.

A bateria do mestre Zaca veio com atabaques —instrumento de percussão africano—, que deram o tom das paradinhas.

Já a ala das baianas foi destaque dividindo as componentes em três cores de fantasia: branca, preta e vermelha.

Neste domingo, a partir das 22h, desfilam as escolas do Grupo de Acesso. Na terça-feira (13), a partir das 16h, ocorre a apuração para definir a campeã do Carnaval 2024.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.