Descrição de chapéu Obituário Mônica Pedrosa de Pádua (1961 - 2024)

Mortes: Cantora lírica, divulgou a música erudita brasileira

Mônica Pedrosa de Pádua construiu uma trajetória profissional marcante e formou diversos cantores como professora

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São Paulo

Mônica Pedrosa de Pádua construiu uma trajetória sólida como cantora lírica e também como professora de canto durante décadas em Minas Gerais.

Nascida em Belo Horizonte em 27 de abril de 1961, a soprano se graduou em canto pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) em 1986. Depois fez mestrado na Manhattan School Of Music, em 1989, nos Estados Unidos, e doutorado em Letras-Literatura Comparada pela Faculdade de Letras da UFMG, em 2009. Também foi residente pós-doutoral e professora visitante na Universidade da Califórnia, em Riverside (EUA), como bolsista do Programa Institucional de Internacionalização da Capes no biênio 2021-2022.

Ao longo de sua carreira, como professora e pesquisadora, Mônica desenvolveu diversos trabalhos pedagógicos e de pesquisa acadêmica, especialmente na área da canção de câmara brasileira. Ela formou inúmeros cantores nas décadas em que atuou como docente e também foi diretora da Escola de Música da UFMG de 2014 a 2018.

Mônica Pedrosa de Pádua (1961 - 2024)
Mônica Pedrosa de Pádua (1961 - 2024) - Acervo de família

Em sua vida de estudos e canto, Mônica se tornou fluente em inglês, italiano, espanhol e francês, e ainda se comunicava em alemão e latim.

Ao lado do violonista Fernando Araújo, com quem se casou e teve dois filhos, editou o CD e livro de partituras "Canções da Terra, Canções do Mar" após um intenso trabalho de pesquisa e valorização da canção erudita nacional.

Seu trabalho mais recente foi fruto do pós-doutorado. Suas pesquisas no Laboratório da Canção Brasileira da Escola de Música da UFMG, coordenado pelo Grupo de Pesquisa Resgate da Canção Brasileira/CNPq, deu origem ao filme concerto "Cantos da Memória", lançado em 2023.

No espetáculo multimídia, ela ampliou a experiência do concerto tradicional mesclando música e vídeo, com a apresentação ao vivo do ciclo "Canções de Adélia" —composto por Paulo C. Chagas sobre poemas de Adélia Prado— e a projeção simultânea de um filme criado especialmente para dialogar com a música.

Mônica estava internada havia alguns meses no hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte. Ela morreu na madrugada do dia 22 de fevereiro, aos 62 anos. Deixa o marido, Fernando Araújo, os filhos André e Bernardo, o pai Leopoldo e a mãe Rosa Maria.

"Éramos muito próximas. Mônica tinha uma atuação institucional muito forte, extremamente comprometida com a UFMG. Ela nos deixa um belo legado e fará muita falta, não apenas por conta de seu trabalho acadêmico na área de música, mas como pessoa que sempre lutou pela universidade pública", diz a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida.

A professora Luciana Monteiro de Castro destacou a herança deixada pela amiga. "Sua voz permanece no êxito de seus alunos, nos seus textos, nas suas gravações, nas realizações de nossa escola."

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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