Descrição de chapéu violência

Fugitivos de Mossoró tiveram ajuda de organizações criminosas e queriam ir para o exterior, diz Lewandowski

Dupla de criminosos que escapou após o Carnaval foi encontrada em Marabá, no Pará

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Brasília

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse nesta quinta-feira (4) que os dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró (RN) tiveram ajuda externa de organizações criminosas e estavam a caminho do exterior quando foram presos.

"Eles, obviamente, foram coadjuvados por criminosos externos. Tiveram auxílios de seus comparsas e das organizações criminosas às quais eles pertenciam", disse o ministro, ao se pronunciar sobre o caso.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante entrevista coletiva para falar sobre a operação que prendeu os dois fugitivos de Mossoró (RN)
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante entrevista coletiva para falar sobre a operação que prendeu os dois fugitivos de Mossoró (RN) - Pedro Ladeira/Folhapress

A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal prenderam os dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró (RN). A fuga, inédita no sistema penitenciário federal, completou 50 dias.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que os dois foram presos em Marabá (PA). A ação reuniu as polícias Federal e Rodoviária Federal.

A fuga ocorreu na madrugada do dia 14 de fevereiro e expôs o governo de Lula (PT) a uma crise justamente em um tema explorado por adversários políticos, a segurança pública.

Enquanto eram procurados, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Martelo, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Tatu ou Deisinho, mantiveram uma família como refém, foram avistados em comunidades diversas, se esconderam em uma propriedade rural e agrediram um indivíduo na zona rural de Baraúna.

Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN), após recaptura - PF/Divulgação

Os investigadores suspeitavam que os dois detentos tenham sido mantidos por membros do Comando Vermelho do Rio de Janeiro em parte desse tempo.

O Ministério da Justiça afirma que houve falhas em procedimentos, mas descarta corrupção de agentes na fuga de dois presos da penitenciária federal de Mossoró, segundo apontou um relatório da corregedoria-geral da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), órgão ligado ao Ministério.

Sobre as falhas, a corregedora Marlene Rosa afirma que elas se deram nos procedimentos carcerários de segurança. Como mostrou a Folha, as celas dos dois presos que fugiram ficaram ao menos 30 dias sem revista e, por isso, foram abertas as apurações contra os dez servidores.

A fuga, a primeira registrada nesse sistema desde sua implantação (em 2006), colocou em teste a gestão de Lewandowski.

A administração das penitenciárias federais é de responsabilidade da pasta, que teve a sua primeira crise em 13 dias sob o novo titular (que substituiu Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal).

Mais de 600 policiais foram envolvidos na operações, incluindo cem integrantes da Força Nacional. Helicópteros e drones foram usados nas buscas.

Erramos: o texto foi alterado

Versão anterior do título deste texto afirmava erroneamente que Lewandowski disse que os fugitivos receberam ajuda do Comando Vermelho. O ministro afirmou que eles receberam ajuda de organizações criminosas, mas não especificou quais seriam esses grupos

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