Realizado nesta quarta (8) pela Folha em parceria com o Idis, o seminário online #ComoPossoAjudar reuniu especialistas e empreendedores sociais para debater o movimento de solidariedade e o número recorde de doações na pandemia da Covid-19.
Após a discussão na primeira mesa do webinário, sobre as motivações por trás das doações, os convidados da segunda mesa debateram a respeito dos caminhos e escolhas a serem tomados na hora de doar.
Os participantes dessa segunda parte do evento foram Luiza Trajano (presidente do conselho do Magazine Luiza e presidente do Grupo Mulheres do Brasil), Paula Fabiani (diretora-presidente do Idis) e Rodrigo Pipponzi (diretor-executivo da Editora Mol).
Paula Fabiani apresentou destaques da edição 2020 do relatório "Um Retrato da Doação no Brasil". A pesquisa mostrou o aumento na visão positiva dos brasileiros em relação às ONGs, o aumento no número de doadores, para onde são direcionadas as doações, entre outras questões relacionadas à solidariedade.
Ela também apontou a conscientização dos brasileiros sobre a importância de doar na pandemia. "O brasileiro acordou para isso e está percebendo a doação como essencial para a cidadania", afirma.
Para Luiza Trajano, a cultura de doar se tornou parte do caráter social brasileiro e foi intensificada pela pandemia, que escancarou a desigualdade social. Para ela, o espírito de solidariedade é crescente e deixa as pessoas mais felizes.
"O mais legal é que as pessoas estão administrando isso, estão gostando e se sentindo bem de fazer isso", diz a presidente do conselho do Magazine Luiza sobre o volume das doações na pandemia. A empresária acredita também que doar faz ainda melhor para quem doa do que para quem é beneficiado.
Luiza falou também sobre sua atuação na filantropia e no Grupo Mulheres do Brasil, grupo político apartidário que visa a criação de políticas públicas voltadas principalmente à população feminina.
Para ela, além de doar, comunidades e empresários devem se unir para que juntos possam "dar um salto grande" nas políticas públicas. "Precisamos estar unidos com propósito", afirma.
O empreendedor social Rodrigo Pipponzi usou como exemplo o trabalho da Editora Mol, cofundada por ele, para discutir a importância das doações e da prestação de contas das organizações.
"Doar tem que ser um ato didático e humano. Precisamos saber contar as histórias por trás das doações para que as pessoas possam entender o real significado delas", defende Pipponzi.
Sobre as doações no combate à pandemia, o empreendedor social acredita que a Covid-19 exacerbou o sentimento de responsabilidade da sociedade.
"Essa pandemia ensina a gente a olhar para dentro e ver as ferramentas e dificuldades que a gente tem. A gente não pode mais viver de uma maneira onde vemos problemas, desigualdades, e simplesmente ignoramos", diz.
"É como a Luiza [Trajano] falou: doar, fazer o bem, certamente faz ainda melhor para a gente mesmo", finaliza.
O seminário #ComoPossoAjudar tem como patrocinadores Intituto ACP, Instituto Mol e Movimento Bem Maior. E conta com apoio de Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas) e Movimento pela Cultura de Doação.
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