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Por que homens e mulheres se dividem entre Trump e Kamala?

Edição da newsletter Todas fala sobre as eleições nos EUA

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São Paulo

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Na edição da semana passada, comentei a decisão da candidata democrata Kamala Harris não bater toda hora na tecla de que ela pode ser a primeira mulher a presidir os Estados Unidos, coisa que Hilary Clinton fez em 2016 e gerou um banho de água fria daqueles no partido.

Mas, apesar de ela não reivindicar pra si esse papel, o eleitorado tem dado um recado claro sobre as questões de gênero que permeiam essa campanha. Uma reportagem da correspondente da Folha em Washington, Fernanda Perrin, mostrou que a divisão de intenção de voto entre homens e mulheres nunca foi tão grande. As mulheres gravitam para a Kamala e os homens, para o Trump.

A entrada da californiana na corrida eleitoral deu vantagem aos democratas, que sofriam com as críticas à idade de Joe Biden até ele abandonar a campanha. Trump a acusa de instrumentalizar o fato de ser mulher, negra e de origem asiática.

Fotomontagem tem foto de perfil de Trump do lado esquerdo e de Kamala Harris do lado direito; eles olham em sentidos opostos
Nos EUA, a divisão de intenção de voto entre homens e mulheres nunca foi tão grande - Eduardo Munoz e Nathan Howard/REUTERS

Segundo o cientista político Dan Cassino, diretor do instituto de pesquisas da Universidade Fairleigh Dickinson, o subtexto de gênero sempre acompanhou as eleições americanas e se intensifica desde os anos 1980. Agora, segundo a professora do programa de estudos sobre mulheres e gênero da Smith College Carrie Baker, se tornou cômico com figuras como o presidente do UFC na convenção republicana e um lutador rasgando a camisa.

Comentários do vice de Trump, JD Vance, não ajudam. Uma entrevista de 2021, na qual ele diz que o país é dominado por "tias dos gatos" infelizes e sem filhos, voltou à tona na campanha e ganhou força, uma vez que a própria Kamala não têm filhos.

O direito ao aborto também pesa nessa divisão. Depois da derrubada, em 2022, da decisão judicial de 1973 chamada de Roe v. Wade, que garantia o direito ao aborto a nível federal nos EUA, a regulamentação do procedimento ficou a critério de cada estado —e vários deles retrocederam a ponto de proibir o aborto inclusive em casos de estupro.

Mas uma onda de plebiscitos indicou vitórias para o movimento pró direitos de escolha e uma nova leva de votações vai ocorrer no fim do ano. Kamala promete restaurar, via Congresso, o direito ao aborto a nível federal. Trump diz que vai manter o cenário atual de decisão estado a estado.

A decisão afeta não só abortos, mas a fertilização in vitro, como mostrou essa reportagem da Carolina Moraes.

Li por aqui

Saúde mental é tema para o ano todo, principalmente para quem acompanha o blog da Sílvia Haidar, especialista no tema aqui na Folha. Mas em setembro esse assunto ganha uma atenção extra. Ainda bem! A Sílvia separou cinco livros para discutir ansiedade, depressão e também obras com bons pontos de partida para lidar com esses transtornos.

O debate sobre isso está acalorado desde o caso de suicídio de um aluno bolsista de uma escola particular em São Paulo. Como falar sobre o tema com crianças e adolescentes pode ser um desafio, mas a repórter Geovana Oliveira dá um bom ponto de partida. Esse episódio do podcast Café da Manhã, que foi ao ar na segunda-feira (2), discute a inclusão dos bolsistas.

Falando em podcast, o episódio da semana do Modo de Viver, série da Folha sobre saúde e bem-estar, fala sobre menopausa, mas não só para quem está passando por isso. Médicas explicam todo o caminho da mudança hormonal até os sintomas, dão dicas sobre a hora em que isso deve aparecer na conversa com ginecologistas e indicam alguns tratamentos possíveis. O episódio tem, ainda, a história de uma escritora que entrou na menopausa de repente, aos 24 anos.

Também quero recomendar

Em uma nota mais doce, na semana passada indiquei meus cafézinhos preferidos em São Paulo e hoje trago uma notícia que me deu água na boca. Depois de um período em mudança de endereço, uma das docerias mais especiais da cidade ganha nova unidade. A Vivianne Wakuda, conhecida pelos choux deliciosos, saiu de Moema para uma nova casa em Pinheiros. Abertura na quinta-feira (5). Para quem se arrisca no agridoce, o choux de missô é certeiro.

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