Representantes da OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmaram, nesta segunda (9), que a ameaça de uma pandemia do novo coronavírus se tornou muito real e que há um temor sobre a reação dos países caso ela seja declarada.
"Quando você chega a 100 países e 100 mil casos, é o momento de parar e pensar. Duas semanas atrás eram 30, 40 países, agora são 100. Não é uma questão de quantidade, mas de qualitativa, do caminho que estamos tomando. Nós estamos muito perto [da pandemia], porque a partir desse ponto muitos outros países vão ser afetados e o vírus estará em todo lugar", afirmou Michael Ryan, chefe do departamento de emergência da OMS em Genebra.
Ryan diz que a pandemia ocorre quando uma doença já se espalhou muito pelos países e que não pode ser contida. Por isso, ele afirma que a OMS não está evitando a palavra, mas que temem a reação à declaração de pandemia.
"A palavra é importante. Porque em muitas situações a palavra faz com que países se movam meramente para uma abordagem de mitigação. E o que sabemos é que ir para uma condição de mitigação é essencialmente falar que a doença vai se espalhar de forma incontida."
Mesmo com tal declaração, os membros da OMS dizem que ainda é possível controlar os rumos da situação. "Seria a primeira pandemia na história que poderia ser controlada. O resumo da história é: não estamos à mercê deste vírus", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Os representantes também destacaram a importância de manter profissionais de saúde saudáveis e bem equipados. Eles afirmam que é essencial a disponibilização de equipamentos de proteção individual para quem está na linha de frente da epidemia, para evitar que esse grupo adoeça.
Também preocupa a OMS a elevada carga de trabalho enfrentada por esses profissionais ao lidar com a epidemia e o treinamento para uso de equipamentos de proteção. O cansaço ou falhas de treinamento poderiam levar à exposição ao vírus.
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