Descrição de chapéu Coronavírus

Comércio no centro de SP ignora quarentena e reabre no 1º dia da flexibilização

Nas demais regiões da cidade, os principais varejistas permaneceram de portas fechadas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

No primeiro dia do ciclo de flexibilização da quarentena em São Paulo, medida que permitirá a reabertura de estabelecimentos não essenciais, comerciantes da região do centro da cidade descumpriram decreto estadual e atenderam a clientes no interior de seus estabelecimentos no bairro do Brás.

Nesta segunda-feira (1), a prefeitura começou a receber os protocolos de prevenção da Covid-19 dos setores que poderão reabrir, entre eles shoppings, imobiliárias, concessionárias de veículos, comércios de rua e escritórios.

As medidas apresentadas pelos setores para a reabertura gradual ainda precisam ser aprovadas pela gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) desde que se enquadrem nas exigências da Vigilância Sanitária e com restrições, uma vez que a quarentena na cidade foi renovada até o próximo dia 15.

Lojas de roupas no bairro do Brás, no entanto, começaram a atender os clientes na manhã desta segunda. Os comerciantes argumentaram à reportagem terem entendido que seria permitido a abertura.

Muitos estabelecimentos atendiam aos clientes com as portas fechadas ou entreabertas.

O trânsito na região também apresentou lentidão devido à presença de mais veículos e ambulantes circulando pelas ruas.

Segunda a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), no entanto, o índice de congestionamento na cidade manteve a média dos últimos dias. Pela manhã, o pico foi registrado às 8h, com 18km de lentidão. À tarde, o maior número foi de 31km, às 18h.

Para efeito de comparação, na última terça-feira (26), o primeiro dia últil da semana passada, o pico da manhã ocorreu às 9h, com 15km de congestionamento. À tarde, houve registro de 43km de lentidão às 18h30.

Na zona oeste da cidade, a reportagem também encontrou uma concessionária de veículos aberta na avenida Antártica. O gerente do local afirmou que só estava atendo a pedidos feitos por telefone, mas as portas do estabelecimento estavam abertas e não havia nenhuma sinalização ao público.

Um fiscal da prefeitura que circulava pela rua Oriente disse ter verificado mais estabelecimentos burlando o decreto em relação à semana passada. Ele não soube mensurar o aumento, mas atribuiu o número maior à desinformação após o anúncio feito pelo governador João Doria (PSDB), na semana passada.

Em nota, o município afirma que 20 equipes fiscalizam a região do Brás e Pari, onde mais de 12 mil itens, vendidos irregularmente, foram apreendidos entre abril e maio deste ano.

Segundo o decreto estadual, a cidade de São Paulo está na chamada fase laranja, a segunda mais restrita na classificação feita governo. Os demais municípios da região metropolitana, como Guarulhos e o ABC, foram classificados na fase vermelha, a mais rígida.

Atualmente, segundo a secretária do desenvolvimento econômico, Patricia Ellen, 90% da população do estado de São Paulo vive em regiões que estão nas fases um e dois, vermelho e laranja, do plano de reabertura. Ou seja, ou com apenas os serviços essenciais funcionando ou no máximo com a primeira graduação de afrouxamento permitido.

“Essa pequena retomada está sendo feita de uma forma extremamente cuidadosa e para que a pandemia seja controlada no estado. Temos que trabalhar mantendo o isolamento e adotando os protocolos setoriais”, afirmou ela nesta segunda.

Ellen ainda lembrou que as atualizações sobre o estágio de reabertura em que cada região se encontra serão feitas, salvo exceções, às quartas-feiras. Isso porque os parâmetros usados pelo governo usam uma amostragem semanal para a análise.

Por exemplo, compara-se o número de novos casos nos últimos sete dias com os dos sete dias anteriores. O mesmo para óbitos e infectados.

O governo de São Paulo abrirá, também, 50 novos centros de acolhida para moradores de rua e pessoas em situação vulnerável.

Segundo Célia Parnes, secretária do desenvolvimento social, os locais contaram com camas, cobertores, travesseiros, microondas, máquinas de lavar roupa, chuveiros, guarda-volume, dentre outros.

Os centros serão distribuídos pelas cidades mais populosas do estado.

O governador João Doria anunciou, ainda, o início da campanha chamada inverno solidário, para arrecadar doações de cobertores que serão distribuídos à pessoas em situação vulnerável.

Em razão do coronavírus, o governo aceitará apenas doações de itens novos, para evitar contágio.

Nesta segunda-feira, o estado de São Paulo chegou a 111.296 casos confirmados de coronavírus e 7.667 óbitos. Foram registrados 1.598 novos casos e 52 mortes nas últimas 24 horas.

Das 645 cidades paulistas, houve pelo menos uma pessoa infectada em 526 municípios. Em 267 deles, houve um ou mais casos de óbitos, segundo o governo estadual.​

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.