Entenda o que é o transtorno do espectro autista

Edição da newsletter Cuide-se trata dos sinais e exames diagnósticos do autismo

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São Paulo

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Você deve ter visto em algum filme ou série, escutado algum relato ou conhecido alguém que tem um familiar com transtorno do espectro autista.

Nos últimos anos, os diagnósticos de autismo cresceram no Brasil e no mundo. Motivos não faltam para falar sobre isso. Vamos começar com uma definição.

O que é o transtorno do espectro autista (TEA)? Um conjunto de condições que afetam o desenvolvimento, com três características que podem aparecer em diferentes proporções, em conjunto ou isoladas: alterações na fala, dificuldade de socialização e comportamento repetitivo e estereotipado.

O autismo não possui um diagnóstico único. As primeiras manifestações podem aparecer na infância, mas existem também casos de diagnósticos na vida adulta.

O "tamanho" do espectro pode variar de acordo com o nível de comprometimento no desenvolvimento, dos mais leves aos mais graves.

Fita com estampa de peças coloridas de um quebra-cabeça
O quebra-cabeça foi o símbolo escolhido para a conscientização em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) - Getty Images

Por que temos mais casos? Nos últimos anos, os avanços da medicina diagnóstica e também a maior conscientização sobre o tema têm levado a uma expansão do que é considerado hoje o espectro, refletindo assim no aumento de casos de autismo.

  • 1 em 36 (2,8%) crianças de até oito anos nos EUA têm diagnóstico de TEA, segundo estudo feito pelo CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), com dados de 2020;

  • A taxa estava em 1 em 44 (2,3%) em 2019 e era de cerca de 1 em 150 crianças (0,7%) em 2007.

A proporção varia também em cada estado, chegando a 1 em 22 (4,5%) crianças na Califórnia, o que pode estar relacionado à maior conscientização e aos tipos de testes disponíveis localmente.

Não há dados nacionais de incidência de autismo no Brasil, mas as estimativas da Opas, braço pan-americano da OMS (Organização Mundial da Saúde), apontam uma média de 1 em 160 crianças (0,6%).

Quais os sinais? Os sintomas podem aparecer até os três anos, com especial atenção durante os primeiros meses de vida. Aqui estão seis sinais que podem ajudar a identificar possíveis casos em crianças:

  1. Falta de contato visual;

  2. Dificuldade de interagir socialmente;

  3. Comportamentos repetitivos e estereotipados (por exemplo, balançar o corpo para frente e para trás repetidamente);

  4. Comportamentos de organizar objetos por cor ou por ordem sem motivo aparente;

  5. Dificuldade de compreender os eventos em sua volta;

  6. Dificuldade em responder quando chamados.

Importante: esses sinais podem ser indícios, mas não são conclusivos. O diagnóstico definitivo é dado com a combinação da análise clínica por um especialista junto com exames genéticos específicos.

Especialistas hoje acreditam que o transtorno autista tem causas genéticas. Por essa razão, não existe uma cura para a condição.

Nos últimos anos, avanços significativos foram feitos quanto aos tratamentos e terapias disponíveis. No entanto, tão variáveis quanto o espectro, as terapias sugeridas para cada paciente são individualizadas e não há uma única opção de tratamento.

Os médicos recomendam um acompanhamento específico para cada caso, com uma equipe multidisciplinar e com cuidados para proporcionar à criança a melhor integração possível.

Uma dica: a jornalista Johanna Nublat é mãe de uma criança autista e autora do blog Vidas Atípicas. Recomendo a leitura para quem quer saber mais sobre o autismo e o desenvolvimento infantil.

Ciência para viver melhor

Novidades e estudos sobre saúde e bem-estar

  • Um estudo publicado na revista Nature Medicine com 200 participantes viu que praticar o chamado jejum intermitente por no mínimo três dias, quando o consumo de alimentos só ocorre em um período das 8h às 12h da manhã, reduziu o aparecimento de diabetes tipo 2 em adultos. Houve também redução significativa da pressão sanguínea e nível de colesterol nos praticantes do jejum em comparação aos indivíduos do grupo controle.
  • Segundo uma análise publicada no periódico BMJ, o consumo de alimentos e bebidas com açúcar esteve associado com piores desfechos de saúde em todos os aspectos, em especial: maior incidência de sobrepeso, maior taxa de acúmulo de gordura na região abdominal, aumento de diabetes tipo 2, maior risco de doenças cardiovasculares (incluindo doença arterial coronariana), aumento da mortalidade por todas as causas e depressão.
  • Uma revisão de estudos clínicos publicada na revista Brain and Behavior apontou que a fototerapia (utilização da luz como terapia) ajudou a melhorar a função cognitiva em 476 pacientes com demência. Os tipos de luz empregados na fototerapia incluíam luzes do tipo LED, brancas, azuis e verdes, por uma duração variável de 6 a 120 minutos. O mesmo estudo não encontrou evidência da fototerapia para melhora na qualidade do sono ou para redução da depressão.
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