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Casos de dengue sobem 13,9% na cidade de São Paulo em um ano

Foram 13.509 confirmações da doença neste ano contra 11.859 em 2022

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São Paulo

Os casos de dengue aumentaram 13,9% na cidade de São Paulo, na comparação de janeiro a 21 de dezembro de 2023 com o mesmo período do ano passado. Foram 13.509 confirmações da doença neste ano contra 11.859 em 2022.

Até o momento a capital paulista registra dez mortes —no ano passado, ocorreram duas. Os dados são do boletim epidemiológico de arboviroses da Secretaria Municipal da Saúde.

Agentes de endemias da prefeitura de São Paulo durante ação casa a casa, de combate à dengue, no bairro Cidade Jardim, zona sul da capital
Agentes de endemias da prefeitura de São Paulo durante ação casa a casa, de combate à dengue, no bairro Cidade Jardim, zona sul da capital - Jardiel Carvalho - 23.nov.2023/Folhapress

O CI (coeficiente de incidência) —critério do Ministério da Saúde para a classificação desse tipo de doença em relação à população— da cidade de são Paulo é 112,5, o que significa um nível médio de incidência. Quando o índice ultrapassa 300, é considerado que existe uma epidemia.

Há três níveis de incidência: baixa (menos de 100 casos/100 mil habitantes), média (de 100 e 300 casos/100 mil hab.) e alta (mais de 300 casos/100 mil hab.).

Vila Jaguara (328,3), Vila Guilherme (382,7) e Vila Maria (311,8) —o primeiro na zona oeste e os demais na norte— são os distritos administrativos considerados epidêmicos.

Já as menores incidências de dengue da cidade estão nos distritos de José Bonifácio (40,3), São Mateus (44,1), Iguatemi (48,9), na zona leste, e Marsilac (35,1), Grajaú (36,4), Jabaquara (44,3), Cidade Dutra (47,8) e Jardim São Luiz (49,7), na sul.

A prevenção é a melhor maneira de evitar a dengue. Para isso, é necessário evitar a formação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite também a chikungunya, zika e febre amarela.

No estado de São Paulo, de janeiro a 23 de dezembro, foram registrados 318.996 casos de dengue —queda de 3,6% em relação ao ano passado, que totalizou 330.957 no mesmo período. Nas mortes, houve redução de 2% —284 neste ano e 290 em 2022, de acordo com a Secretaria da Saúde.

"O Aedes aegypti é um mosquito urbano e doméstico, que vive locais com alta concentração humana ou ao redor de construções. Ele se reproduz em locais com água limpa e parada, mesmo em objetos pequenos que acumulam água da chuva, como tampas de garrafa e cascas de ovos. Os cuidados com o mosquito devem ser permanentes porque a dengue é uma doença grave", afirma o coordenador de Vigilância em Saúde, Luiz Artur Caldeira.

Quem tiver viagem programada para o final do ano e para as férias de verão precisa pensar na dengue, segundo Caldeira. Se a viagem ultrapassar sete dias, o morador pode pedir a alguém que inspecione o quintal para identificar e eliminar possíveis focos que possam surgir enquanto a família estiver fora.

O que é a dengue?

A dengue é uma doença febril cuja transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Os sintomas são febre alta (acima de 38°C); dor no corpo, nas articulações, atrás dos olhos e de cabeça; mal-estar, falta de apetite e manchas vermelhas no corpo. Ela não se confunde com gripe e Covid, porque não causa sintomas respiratórios e dor de garganta.

Os sinais de alerta para a gravidade são queda importante na pressão, sonolência, alteração no nível de consciência, hipotermia, dor abdominal intensa, vômitos e sangramento.

Se benigna, na maioria dos casos, a dengue é curada com hidratação.

O ressurgimento do tipo 3 da dengue —após 15 anos desaparecido, sem causar surtos ou epidemias—trouxe uma preocupação maior para os especialistas. Quem contraiu os sorotipos 1 ou 2 (prevalentes no Brasil) e se infectar pelo 3 pode desenvolver um quadro grave da doença.

A dengue possui quatro sorotipos. Quando um indivíduo é infectado por um deles adquire imunidade contra aquele vírus, mas ainda fica suscetível aos demais. Na reinfecção, a chance de ser grave é maior.

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