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Europa registra epidemia tripla de doenças respiratórias

Países têm aumento expressivo no número de infecções; gripe é uma das maiores preocupações

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Sushmitha Ramakrishnan
DW

Os países europeus —especialmente Espanha e Itália— estão registrando aumento expressivo no número de infecções por doenças respiratórias, e a imprensa local relata escassez de leitos hospitalares e superlotação em algumas instalações de saúde.

Máscaras voltaram a circular na Europa; homem desce escadaria em centro hospitalar em Madri, na Espanha - Susana Vera - 10.jan.24/Reuters

As infecções por gripe são uma das maiores preocupações sanitárias no continente neste momento. O impacto no sistema de saúde é agravado por um número crescente de casos de coronavírus e de vírus sincicial respiratório (VSR).

Potencial "tridemia" –além da gripe suína

Enquanto a Itália enfrenta uma ameaça adicional de propagação da gripe suína, a Espanha está adotando novas regulamentações sobre máscaras. Outras partes do continente, incluindo Alemanha e Reino Unido, registraram nas últimas semanas uma alta nos casos das três doenças: Covid, VSR e gripe.

Diversos outros países da Europa também relataram um aumento de doenças respiratórias nas últimas semanas de 2023.

"Quase 10 mil mortes por Covid foram notificadas à OMS [oganização Mundial da Saúde] em dezembro (principalmente na Europa e nos EUA), e houve um aumento de 42% nas hospitalizações e uma alta de 62% nas admissões [em unidades de cuidados intensivos], em comparação com novembro", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) afirmou que a incidência de doenças respiratórias semelhantes à gripe continuou aumentando na maioria dos países europeus. "Após a atividade relativamente baixa de doenças respiratórias durante o período de verão, as frequências de consultas aumentaram a partir de setembro", informou.

A incidência de casos de Srag (síndrome respiratória aguda grave) vinha se situando num nível comparável ao mesmo período do ano passado, e está agora aumentando sensivelmente em alguns países.

Alta em casos de gripe no final 2023

Entre os pacientes testados, a percentagem de pessoas com gripe aumentou de 19% em meados de dezembro para quase 25% no final do ano.

Dez países na Europa, incluindo Itália e Espanha, relataram atividade de gripe sazonal acima de 10% de taxa de testes positivos.

Pessoas usando máscara no Hospital Gregorio Maranon, em Madrid (Espanha) - Susana Vera - 10.jan.24/Reuters

O ECDC ressalta que os números podem ser subestimados devido à época festiva de fim de ano, observando que menos pessoas foram testadas durante esse período.

O aumento acentuado também pode ser atribuído a grandes aglomerações durante o Natal e outros eventos festivos, comuns na Espanha. O ECDC disse que ambos os tipos de gripe A e B foram detectados.

Alerta de gripe suína na Itália

A Itália registou duas mortes relacionadas à gripe no início de janeiro na cidade de Vicenza, no nordeste do país. Os médicos suspeitaram que as mortes foram causadas por um surto de gripe suína (H1N1).

Outros três pacientes estão internados em terapia intensiva devido a complicações, como pneumonia intersticial, decorrentes da doença. As autoridades de saúde locais de Vicenza apelaram ao público para que se vacine contra a gripe suína.

A gripe suína é o acréscimo mais recente às tensões existentes no sistema de saúde pública italiano. O Instituto Nacional de Saúde italiano estimou que cerca de dois milhões de pessoas foram infectadas com Covid, VSR ou influenza nas últimas duas semanas de 2023.

Em janeiro, ambulâncias foram vistas fazendo fila em frente aos hospitais de Roma. Alguns centros de saúde ficaram superlotados, com pacientes à espera de leitos em cidades como Milão e Turim.

Obrigatoriedade da máscara na Espanha

A ministra da Saúde espanhola, Mónica Garcia, tornou obrigatório o uso de máscaras nos centros de saúde do país. "Temos que proteger as pessoas mais vulneráveis", disse Garcia aos repórteres. "É apenas bom senso."

O governo disse que a norma pode ser revogada se as taxas de infecção caírem consistentemente durante duas semanas. Mas é importante lembrar que a Espanha foi um dos últimos países a abandonar as regulamentações sobre máscaras durante a pandemia.

Alguns hospitais na Espanha também enfrentam dificuldades para lidar com o afluxo de novos pacientes.

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