Descrição de chapéu Futebol Internacional

Fifa criará força-tarefa e adia decisão sobre Mundial de clubes expandido

Ideia de Gianni Infantino para o torneio sofre com forte resistência da Uefa

São Paulo

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, terá de esperar para ver sua ideia de um Mundial de Clubes expandido se tornar realidade. Nesta sexta-feira (26), em reunião do conselho da entidade em Kigali, Ruanda, a Fifa decidiu que montará uma força-tarefa responsável por discutir e apresentar um projeto na próxima reunião do órgão, em março de 2019.

Essa força-tarefa será composta por Infantino e os presidentes das seis confederações continentais.

A Uefa, entidade que controla o futebol europeu, mostrou desde o início forte resistência ao plano do presidente da Fifa, que inclui também um novo torneio de seleções. Para o formato do Mundial de Clubes, Infantino propôs o aumento no número de clubes europeus.

Gianni Infantino quer promover um novo formato de Mundial de Clubes, além de outro torneio de seleções
Gianni Infantino quer promover um novo formato de Mundial de Clubes, além de outro torneio de seleções - Michael Buholzer/AFP

Infantino vem insistindo desde o primeiro semestre no projeto, que conta com o interesse de investidores dispostos a colocar US$ 25 bilhões (R$ 92,5 bilhões) para reformular o Mundial e criar uma espécie de Liga Mundial de seleções.

O grupo de investidores é liderado pelo conglomerado japonês Softbank. A proposta tem o apoio de investidores asiáticos, dos Estados Unidos e do Golfo Pérsico, entre os quais dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita. 

Em documento enviado aos membros do conselho, a Fifa negou que o investimento incluiria dinheiro de fundos estatais da Arábia Saudita. As autoridades esportivas sauditas se recusaram a informar se faziam parte da oferta à Fifa, e o SoftBank não comentou.

Nas últimas semanas, a Fifa também vem declarando, em foro privado, que os elos entre o fundo do SoftBank e a Arábia Saudita não são tão fortes quando a mídia reporta. Esse esforço cresceu desde que emergiram detalhes sangrentos sobre a morte do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, assassinado no consulado saudita em Istambul este mês.

A reunião do conselho da Fifa nesta sexta, em Kigali, também resultou em algumas decisões importantes por parte da entidade. Entre elas, a definição do montante que será repartido na Copa do Mundo feminina do ano que vem, na França.

Serão repassados às seleções participantes US$ 50 milhões (cerca de R$ 184 milhões), mais do que o triplo em comparação com a última edição do torneio, que dividiu US$ 15 milhões entre as equipes.

Também foi aprovado um pedido da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para que a Copa América aconteça em anos pares. Dessa forma, o torneio, que será disputado no ano que vem, ganhará uma nova edição em 2020. A partir daí, a competição será disputada de quatro em quatro anos, em sincronia com a Eurocopa.

A Fifa também se colocou contra a realização de jogos do Campeonato Espanhol nos Estados Unidos, parte de um acordo entra a liga de futebol do país e uma multinacional de eventos. Segundo a entidade, "partidas de liga devem ser disputadas no território da respectiva associação".

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