Descrição de chapéu Seleção Brasileira

CBF tenta trazer sueca para comandar seleção feminina

Entidade está em fase final de negociação com Pia Sundhage, 59, bicampeã olímpica

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São Paulo

A CBF tenta fechar a contratação da sueca Pia Sundhage, 59, para o comando da seleção brasileira feminina. A informação foi publicada pelo Blog do Menon, no UOL, e confirmada pela Folha.

"Ela é o nome. As conversas estão acontecendo, mas depende de pequenos detalhes para anunciar. A questão está com o presidente da CBF [Rogério Caboclo]", disse Marco Aurélio Cunha, coordenador de futebol feminino da entidade, à Folha.

Pia Sundhage conquistou duas medalhas de ouro olímpicas com a seleção dos Estados Unidos
Pia Sundhage conquistou duas medalhas de ouro olímpicas com a seleção dos Estados Unidos - Thomas Peter/Reuters

A treinadora bicampeã olímpica com os Estados Unidos chega para assumir a equipe após a demissão de Vadão, que ocorreu na última segunda-feira (22), semanas depois da eliminação nas oitavas de final da Copa do Mundo da França.

Pia Sundhage conquistou dois ouros olímpicos com a seleção americana, um nos Jogos de Pequim-2008 e o outro em Londres-2012.

Em 2016, no Rio de Janeiro, a sueca levou a seleção de seu país à decisão, mas perdeu para a Alemanha na final, ficando com a prata. No caminho até o jogo decisivo, eliminou as americanas e tirou, na semifinal, o Brasil de Vadão, nos pênaltis.

Vice-campeã do mundo com as americanas em 2011, Sundhage estava trabalhando com a seleção sub-16 feminina da Suécia.

Ex-jogadora, atuou por seis clubes e pela seleção nacional de seu país, alcançando um terceiro lugar na Copa do Mundo de 1991, a primeira organizada pela Fifa. Segundo a federação sueca, marcou 71 gols em 146 jogos ao longo da carreira.

Mas Pia Sundhage ganhou projeção mundial na função de treinadora.

Com passagens pelo futebol feminino americano e como assistente da seleção chinesa, assumiu seu principal desafio em 2008, quando foi anunciada pelos Estados Unidos.

Em 107 partidas no comando das americanas, somou 91 vitórias, dez empates e apenas seis derrotas.

Em entrevista ao The New York Times em 2015, Sundhage lembrou de um confronto com o Brasil como o grande momento tático de sua carreira de técnica. Foi nas quartas de final da Copa do Mundo de 2011.

A seleção brasileira vencia por 2 a 1 na prorrogação e os EUA estavam com uma jogadora a menos -Buehler havia sido expulsa. Ao invés de rearmar sua equipe no tradicional 4-4-1, com duas linhas bem fechadas, decidiu deixar apenas três jogadoras na defesa contra três atacantes brasileiras, entre elas Marta, àquela altura cinco vezes melhor do mundo.

A aposta deu certo. A atacante Abby Wambach empatou o jogo em 2 a 2 nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação e as americanas levaram o jogo para a decisão por pênaltis, vencendo o Brasil por 5 a 3 e garantindo a classificação.

"Do ponto de vista tático, foi a melhor decisão da minha vida no futebol. Quem mais faria isso?", disse Sundhage, na entrevista ao The New York Times.

Nas duas vezes que recebeu convite da Casa Branca para visitar o presidente americano, ela negou –uma em 2009, com George Bush, após o ouro olímpico conquistado um ano antes, e a outra em 2011, depois do vice mundial, já com Barack Obama– ela declinou.

"Aparecer e encontrar velhos homens e mulheres importantes particularmente não me fascina. Sou feliz no campo e com um par de chuteiras."

Abertamente gay, a sueca disse também já que, como treinadora, nunca sofreu preconceito.

"Se as pessoas me perguntam sobre isso [ser gay], eu respondo que 'Sim, sou gay' e é assim que é. Nunca tive nenhum problema com isso sendo treinadora nos Estados Unidos ou em qualquer lugar. Era difícil quando eu tinha vinte e poucos anos na Suécia, mas mesmo naquela época eu não me importava. Essa sou eu", afirmou a técnica, em entrevista ao site The Local.

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