Fritz Keller, presidente da Federação Alemã de Futebol (Deutscher Fussball-Bund), apresentou um projeto que proíbe a seleção alemã de jogar em países onde mulheres são discriminadas e não têm acesso a estádios de futebol e demais instalações esportivas.
Keller afirma, em artigo no jornal Die Welt, publicado nessa quarta-feira (6), que a proposta foi aprovada por unanimidade pela diretoria da Federação.
"Não mandaremos nenhuma seleção para partidas em países que não têm igualdade de direitos", declarou Keller. “Não devemos mais fingir que esses desafios sociais e esses desenvolvimentos políticos globais não existem.”
No artigo, ele também afirmou que o direito das mulheres é um 'valor inquebrável' e assumir esse valor faz com que o futebol alemão responda, de maneira diferenciada, a perguntas complexas.
Além disso, no texto, Keller abordou as tensões envolvendo jogadores de origem turca na seleção da Alemanha.
Em julho de 2018, Mesut Özil, meia da seleção, anunciou sua aposentadoria, alegando ser alvo de xenofobia por parte da Federação, então presidida por Reinhard Grindel . "Aos olhos de Grindel e seus apoiadores, eu sou um alemão quando ganhamos, mas um imigrante quando perdemos."
Em outubro, o meia Ilkay Gündogan e o volante Emre Can, ambos de origem turca, curtiram uma postagem nas redes sociais que mostrava jogadores da Turquia fazendo uma saudação militar como celebração de gol. As curtidas geraram polêmica na Alemanha. Os jogadores negaram apoio às ações militares turcas e removeram as curtidas.
“O direito à liberdade de expressão é indispensável e protegido constitucionalmente.", disse Keller. "Nenhum clube, e certamente não a Federação, pode ou irá proibir seus membros de expressar suas opiniões dentro da estrutura dos valores de nossa constituição.". No entanto, Keller completou que, por razões esportivas, é preciso interromper a politização desproporcional das equipes de futebol no país.
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