Descrição de chapéu Campeonato Paulista 2020

Palmeiras estreia grama sintética e espera ter vantagem sobre rivais

Equipe alviverde enfrenta Mirassol neste domingo pelo Campeonato Paulista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O Palmeiras fará neste domingo (16), às 16h (Globo SP), contra o Mirassol, pelo Campeonato Paulista, o seu primeiro jogo no Allianz Parque após a implementação de grama sintética.

Antes de estrear o novo piso, os jogadores do time alviverde fizeram apenas duas sessões de treinos em seu estádio nesta semana, na quarta (12) e nesta sexta (14). A obra, iniciada no começo de janeiro, foi encerrada na terça-feira (11).

Além da nova grama, a equipe pode ter outra novidade na partida. O lateral esquerdo uruguaio Matías Viña, que foi titular nos últimos dois treinamentos da semana, está regularizado e poderá estrear. O Palmeiras tem 10 pontos na competição, 5 a menos que o Santo André, líder do Grupo B. 

As primeiras impressões relatadas pelos atletas são positivas. Todos destacam como principal qualidade o nivelamento do gramado, condição que, segundo eles, faz o jogo ser mais fluído. "A bola vai vir rápida e vai rolar redonda", define Lucas Lima.​

Para o armador, isso não significa que o Palmeiras necessariamente levará vantagem sobre os rivais, apenas que jogará num campo sem irregularidades da grama. O meia Gustavo Scarpa, porém, pensa diferente. Na visão dele, os rivais vão sofrer com falta de adaptação, e o Palmeiras precisa explorar a situação.

"A gente tem de fazer valer a inexperiência dos adversários no nosso campo e procurar os resultados no começo [dos jogos], porque, no segundo tempo, a outra equipe acaba se adaptando", disse o camisa 14.

Além do gramado da arena, um dos três campos do CT alviverde também está em fase de troca de grama natural por piso sintético. A obra está prevista para terminar em até três semanas. Assim, ao longo do ano, o Palmeiras poderá habituar seus atletas também nos treinamentos na Academia de Futebol.

Na Série A, o time paulista será o segundo a ter este tipo de campo. O primeiro foi o Athletico-PR. A grama sintética na Arena da Baixada foi implementada em 2016. Os dois compostos sintéticos, no entanto, não são do mesmo material.

Na casa palmeirense, o campo tem em sua constituição borrachas cilíndricas de 5 milímetros, chamadas de TPE, que é um tipo de "elastômero termoplástico, que elimina até 15 graus em relação ao SDR, a borracha do society", segundo Alessandro Oliveira, presidente da Soccer Grass, empresa responsável pela obra no Allianz Parque.

O investimento para que o Palmeiras tenha gramado sintético no Allianz e na Academia será de até R$ 10 milhões, segundo a WTorre, empresa responsável por gerir o estádio alviverde. Desse montante, 70% serão investidos pela própria construtora para a obra na arena, enquanto 30% serão destinados pelo clube à reforma no campo do CT.

O gramado da Arena da Baixada, por sua vez, possui microfibras de coco. Os dois tipos são homologados pela Fifa, que faz testes regulares em gramas sintéticas. "São diversos os indicadores [analisados pela Fifa], como rolamento da bola, absorção de impactos, torque, abrasão, todos em condições de campo seco e molhado", afirma Rogério Garcia, CEO da GV Group, empresa que instalou a grama para o Athletico. 

Alguns jogadores do Palmeiras já atuaram no campo do time paranaense. Dudu, por exemplo, gostou da qualidade. "A grama é muito boa e o jogo fica mais rápido. Particularmente, gostei de jogar lá", afirmou.

Nem todos os palmeirenses, no entanto, compartilham da mesma visão. Em 2018, quando os clubes da Série A votaram pela liberação de campos sintéticos no Campeonato Brasileiro e a diretoria do Palmeiras foi a favor, o volante Felipe Melo manifestou posição contrária.

"Grama sintética, para mim, jamais [deveria ser usada]. Eu treinei algumas vezes em grama sintética e é muito complicado para dar carrinho, e quanto está muito quente, queima o pé", afirmou o jogador. "Eu joguei com grama sintética na Copa da Itália e achei horrível."

Na sexta-feira, após o segundo treino do Palmeiras no novo piso do Allianz Parque, a reportagem tentou ouvir a opinião do jogador, mas a assessoria do clube não o liberou para entrevistas.

Jorge Jesus, treinador do Flamengo, é outro que não demonstra entusiasmo ao falar sobre gramados sintéticos. No ano passado, a estreia dele à frente do time carioca foi justamente à frente do Athletico, na Arena da Baixada, pela Copa do Brasil –o duelo terminou 1 a 1.

O português lamentou ter de jogar no campo athleticano. "A realidade é essa, jogar em campos sintéticos, poucos treinadores tem experiência, eu não tenho. Dirigi um jogo na Champions na grama sintética e é completamente diferente", afirmou.

Na Europa, um dos estádios mais famosos que possui grama sintética é o Lujniki, na Rússia, palco da final da última Copa do Mundo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.