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Temporada de caos e glórias do Grand Slam termina com olhos em Serena

Último 'major' de 2022, US Open deve ser despedida da craque das quadras

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São Paulo

A atípica temporada 2022 do tênis chega nesta segunda-feira (29) a seu último Grand Slam. O acidentado ano do esporte chega aos solavancos aos Estados Unidos, que não receberá o não vacinado Novak Djokovic, mas apresenta uma grande atração: a despedida de uma lenda.

Serena Williams, 40, anunciou no início do mês que estava se aposentando. A norte-americana não especificou uma data para o adeus, mas é provável que a competição seja a última de sua carreira e, quase certamente, sua participação derradeira em um "major".

Vencedora de 23 Slams, a tenista falou em "evoluir além do tênis". Em um texto em primeira pessoa redigido para a revista Vogue, citou o plano de dar um irmão ou uma irmã à sua filha de quatro anos, Olympia. E admitiu que deixar a raquete de lado é difícil.

Serena Williams treina para sua última participação no US Open; ela tem seis títulos de simples no torneio norte-americano do Grand Slam - Matthew Stockman/Getty Images/AFP

"Tenho sido relutante em reconhecer que tenho que deixar o tênis para trás. É um assunto tabu. Quando vem à tona, eu começo a chorar. Acho que a única pessoa com a qual entrei nesse assunto foi com meu terapeuta", escreveu.

"Eu nunca gostei da palavra aposentadoria. Não parece uma palavra moderna para mim. Tenho pensado nisto como uma transição, mas quero ser sensível em como uso essa palavra, porque significa algo para uma comunidade bem específica e importante. Talvez a melhor palavra para descrever o que estou fazendo é evolução", afirmou.

Seja qual for a escolha lexical, há agora poucas oportunidades para ver em ação aquela que para muitos é a maior da história do tênis. Todos os olhos estarão na craque em cada uma de suas partidas.

A estreia de Serena no US Open está marcada para as 20h (de Brasília) desta segunda. No Arthur Ashe Stadium, que abriga a quadra central do complexo de Flushing Meadows, em Nova York, ela enfrentará a montenegrina Danka Kovinic, 80ª colocada do ranking mundial. No Brasil, o torneio será exibido por SportTV 3, ESPN 2 e Star+.

Williams está hoje na 605ª posição na lista da WTA (associação das tenistas profissionais). Afastada do circuito para o nascimento de Olympia, em 2017, ela não conseguiu recuperar a velha forma. Entre 2021 e 2022, ficou um ano parada.

Retornou em Wimbledon, com dura derrota para a francesa Harmony Tan. Convidada para jogar em Toronto e em Cincinnati, conseguiu apenas uma vitória. De acordo com a prestigiada casa de apostas Caesars Sportsbook, seu título pagará US$ 25 por cada US$ 1 jogado em seu favor.

O número deixa claro que Williams não é a favorita. Mas, se há alguém capaz de triunfar em condições adversas, essa pessoa é Serena.

A glória no US Open a faria igualar a australiana Margaret Court, que levou 24 "majors". Ocorre que 11 deles foram conquistados antes de 1968, quando teve início a era aberta, motivo pelo qual a norte-americana declarou na última semana: "Eu já quebrei esse recorde".

A chave feminina tem reservado surpresas, com bastante equilíbrio entre as melhores do mundo. A brasileira Beatriz Haddad Maia, 26, vem de bons resultados, subiu para a 15ª colocação no ranking e tem esperança de uma campanha duradoura.

Até aqui, os três campeonatos da série Grand Slam tiveram três vencedoras diferentes. A australiana Ashleigh Barty triunfou no Australian Open e, pouco depois, surpreendeu ao anunciar sua aposentadoria aos 25 anos, um dos vários episódios que fazem deste um ano atípico. A polonesa Iga Swiatek levou a melhor em Roland Garros, e a russa Elena Ribakina ergueu o troféu em Wimbledon.

Entre os homens, a temporada do Grand Slam começou com a confusa chegada do sérvio Novak Djokovic à Austrália. Ele acabou deportado por não estar vacinado contra a Covid-19, mesmo motivo pelo qual não pôde ir aos Estados Unidos jogar o US Open.

O espanhol Rafael Nadal aproveitou a ausência, venceu e repetiu o triunfo em Roland Garros, tornando-se o maior campeão de "majors", com 22 taças. Em Wimbledon, que não permitiu russos por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia —Ribakina competiu pelo Cazaquistão— e, por isso, não valeu pontos no ranking, deu Djokovic, que chegou a 21 Slams.

Agora, o acidentado 2022 do tênis faz sua parada em Flushing Meadows. Há muito a ver, mas, enquanto Serena Williams estiver em quadra, os olhos estarão nela.

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