Contra Messi e Lewandowski, Arábia Saudita é candidata a sofrer goleadas na Copa

Com problemas para fazer gols em amistosos, seleção vive da lembrança de 1994

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São Paulo

A seleção que fez um dos mais belos gols da história da Copa do Mundo pode ter problemas para balançar as redes no Qatar.

O desempenho ofensivo é uma das maiores preocupações do francês Hervé Renard para a Arábia Saudita. É razoável considerar que a equipe é candidata a sofrer muitos gols no torneio que começa no próximo mês.

O meia Nawaf al-Abed, da Arábia Saudita, faz lançanento em amistoso contra os Estados Unidos
O meia Nawaf al-Abed, da Arábia Saudita, faz lançamento em amistoso contra os Estados Unidos - Jose Jordan - 27.set.22/AFP

Os sauditas estão no Grupo C. Terão pela frente dois dos maiores artilheiros do futebol mundial. Estrearão em 22 de novembro contra a Argentina de Lionel Messi. Na segunda rodada, a rival será a Polônia de Robert Lewandowski. No encerramento da primeira fase, o embate será com o México.

Desde a última rodada das Eliminatórias asiáticas, em março, a Arábia Saudita disputou quatro amistosos e não anotou nenhum gol.

"Considero que contra os Estados Unidos fizemos uma partida muito boa, apesar do 0 a 0", disse Renard após a igualdade contra os norte-americanos no último dia 27.

A equipe também empatou sem gols com o Equador e foi derrotada por 1 a 0 por Colômbia e Venezuela.

A esperança dos torcedores do país é que no Qatar a seleção se encontre com a imagem do meia Saeed Al Owairan. Na melhor campanha saudita da história dos Mundiais, ele fez o mais belo gol da Copa de 1994, ao arrancar com a bola dominada do campo de defesa e só parar dentro do gol belga, na vitória por 1 a 0 que levou os árabes às oitavas de final.

É o momento pelo qual o time é mais lembrado. Desde a derrota para a Suécia, no mata-mata nos Estados Unidos, esteve presente em quatro Mundiais. Venceu apenas uma partida, contra o Egito, em 2018, em confronto em que os dois países já estavam eliminados. No torneio na Rússia, a participação ficou marcada pelos 6 a 0 sofridos diante da Rússia, o placar mais dilatado da história das partidas de abertura da competição.

Apesar do retrospecto recente ruim, a Arábia Saudita não encontrou grandes problemas nas Eliminatórias. Terminou na primeira posição em grupo com adversários que se acostumaram a aparecer nas Copas do Mundo e estarão no Qatar: Japão e Austrália. Na campanha, perdeu apenas uma vez, para os japoneses, como visitante. Nas dez rodadas, ganhou sete vezes.

Há o problema da falta de experiência do elenco em enfrentar jogadores de elite. Todo o time atua no torneio da Arábia Saudita, a Saudi Pro League. A base é composta pelo Al-Hilal (o principal clube do país), pelo Al-Nassr e pelo Al-Shabab.

O técnico francês espera que a criatividade para concatenar lances ofensivos venha dos meias Salem Al-Dawsari, 31, e Fahad Al-Muwallad, 28. Muwallad não atuou nos últimos amistosos por estar lesionado. A principal referência ofensiva deverá ser o atacante Firas al-Buraikan. A tendência é que ele seja o único à frente, apoiado por dois pontas, em um sistema semelhante ao 4-3-3, embora a preocupação desses pontas seja também defensiva.

A Arábia Saudita, para o bem ou para o mal, costuma protagonizar momentos célebres quando participa de Mundiais. Se em 1994 houve o gol de Al Owairan, quatro anos depois a federação local demitiu o brasileiro Carlos Alberto Parreira após a derrota para a França, na segunda rodada do torneio. Em 2002, levou 8 a 0 da Alemanha.

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