Depois de defender três pênaltis nas oitavas de final contra o Japão, o goleiro Dominik Livakovic, da Croácia, voltou a ser um paredão na partida que eliminou o Brasil da Copa do Mundo de 2022.
As equipes se enfrentaram nesta sexta-feira (9) pelas quartas de final do torneio. Após empate em 0 a 0 no tempo normal e nova igualdade por 1 a 1 na prorrogação, a vaga foi decidida nas cobranças de penalidades, com mais uma atuação destacada do croata.
Antes de parar a batida de Rodrygo e igualar o recorde de defesas em disputas de pênaltis numa mesma edição de Copa, Livakovic já havia realizado 11 intervenções durante o jogo com bola rolando.
Análise da Folha mostra que foram dois chutes da pequena área, outros seis de dentro da grande área e apenas três tentativas da intermediária. A distância média dessas finalizações foi de 14 metros em relação ao ponto central do gol —para comparação, a marca do pênalti fica a 11 metros da linha.
Em pelo menos três defesas, o goleiro mostrou esperteza e velocidade para sair do gol e diminuir o ângulo dos atacantes brasileiros. Abafou chutes à queima-roupa de Vinícius Júnior, Neymar e Lucas Paquetá, todos na segunda etapa do tempo normal.
Quando já parecia claro que a bola não passaria por Livakovic, Neymar resolveu passar ele mesmo pelo adversário. Com uma finta rápida, driblou o goleiro e colocou o Brasil em vantagem já nos acréscimos da primeira parte da prorrogação.
No total, a seleção brasileira finalizou 21 vezes. Além das 11 bolas defendidas por Livakovic e do gol de Neymar, houve ainda sete tentativas bloqueadas ou desviadas pelos zagueiros e dois chutes para fora.
Como se não bastasse, o goleiro croata ainda precisou salvar em cima da linha um cruzamento rasteiro desviado contra a própria meta pelo zagueiro Gvardiol.
Do outro lado, Alisson era praticamente um espectador do jogo. Não foi exigido nenhuma vez sequer até o segundo tempo da prorrogação.
A exemplo do que já havia acontecido nas duas primeiras partidas da seleção nesta Copa, o goleiro saiu de campo mais uma vez sem fazer nenhuma defesa. A única finalização dos croatas no alvo foi parar no fundo das redes.
Depois de quatro chutes para fora e outros três bloqueados pelos zagueiros brasileiros, Petkovic recebeu na entrada da área e bateu de frente para a meta, contando com desvio em Marquinhos para empatar a partida. Houve ainda mais uma finalização croata para longe do alvo nos lances finais.
De acordo com a estatística conhecida como xT, uma abreviação para a expressão em inglês "expected threat" (ameaça esperada), o Brasil foi mais perigoso durante 73 minutos, e a Croácia, por 51, no acumulado da partida.
A métrica calcula a probabilidade de determinada jogada terminar em gol nos toques seguintes, a depender do lugar do campo em que ela ocorre.
O primeiro tempo foi equilibrado (25 e 21 minutos, respectivamente). Depois, houve vantagem brasileira no segundo tempo (30 e 18 minutos) e na primeira parte da prorrogação (12 e 3 minutos). Na parte final do tempo extra, o maior volume ofensivo foi da Croácia (6 e 9 minutos).
Na disputa de pênaltis, Livakovic pegou a batida de Rodrygo e contou com a trave na cobrança de Marquinhos, enquanto Alisson não conseguiu salvar os chutes de Vlasic, Majer, Modric e Orsic.
Ao defender a primeira cobrança brasileira, o goleiro croata igualou as marcas de seu compatriota Danijel Subasic (2018) e do argentino Sergio Goycochea (1990), com quatro defesas em disputas de penalidades numa mesma Copa.
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