Seis em cada 10 atletas da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris nasceram em estados do Sudeste. São Paulo e Rio de Janeiro lideram entre os com mais membros —95 e 54, respectivamente—, enquanto a região Norte terá apenas dois representantes.
A equipe brasileira será composta no total por 274 atletas, após Isaac Souza, do salto ornamental, e Darlan Romani, do arremesso de peso, ficarem de fora devido a lesões. O maratonista Daniel Nascimento caiu no doping em exame surpresa e também ficou de fora da competição.
A análise regional feita pela Folha considera a lista oficial divulgada pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que tem dois atletas a mais (276). Nas modalidades hipismo completo e hipismo saltos, a definição de quem será titular e reserva só sai um dia antes da competição, e os reservas não entram na contagem final de atletas.
No mapa abaixo, é possível ver a quantidade de atletas para cada estado brasileiro e a divisão por homens e mulheres. O mapa hexagonal evita distorções de tamanho, permitindo uma comparação direta entre as regiões.
A região Nordeste, que concentra 27% da população do país, terá 40 atletas, o que representa 14% do total da delegação. A maioria dos atletas vêm da Bahia, que conta com 15 pessoas.
Já a região Sul é a que apresenta a maior semelhança entre a parcela da população (14%) e a de atletas na delegação (15%). A maior parte dos atletas é paranaense (17).
Os atletas do Norte são Pedro Henrique Nunes, de Paritins (AM), do atletismo, e o boxeador Michael Douglas, de Marituba (PA).
A cidade do Rio de Janeiro tem o maior número de esportistas: 39, quase o mesmo valor da região Nordeste inteira. Já a cidade de São Paulo, mais populosa do país, fica atrás com 31 representantes.
O Sudeste reúne boa parte dos representantes de provas coletivas ou de esportes com muitas modalidades: são 24 dos 41 de atletismo; 11 dos 12 de basquete; 12 dos 18 de futebol; 12 dos 15 de todas as ginásticas; 9 de 14 do handebol; 14 dos 18 da natação; e 20 dos 32 de vôlei e vôlei de praia.
Há ainda sete competidores que nasceram em outros países e têm cidadania dupla ou foram naturalizados brasileiros.
É o caso de Luana Silva, do surfe, que nasceu no Havaí e é filha de brasileiros, e de Rodrigo Pessoa, um dos maiores representantes do Brasil em Olimpíadas (sete edições até hoje). Nascido em Paris, ele foi ouro no hipismo em Atenas (2004) e bronze nos saltos em equipe em Atlanta (1996) e em Sydney (2000).
Em números absolutos, a delegação deste ano é menor do que a de Tóquio-2020 (301) e do que a do Rio de Janeiro-2016 (465), que teve vagas destinadas ao país-sede.
Mulheres são maioria pela 1ª vez
Pela primeira vez na história, o Brasil terá uma delegação majoritariamente feminina: serão 153 mulheres e 122 homens. Esportes como futebol, levantamento de peso e handebol classificaram apenas mulheres.
Já skate, vôlei e tênis de mesa estão entre as modalidades com divisão igual de homens e mulheres convocados. Hipismo, basquete e ciclismo BMX terão apenas representantes homens.
Paris-2024 é a primeira Olimpíada a ter igualdade de gênero em relação aos atletas participantes: foram 10.500 vagas preenchidas por 5.250 mulheres e 5.250 homens.
Metade dos atletas tem até 27 anos
Metade dos atletas brasileiros terá até 27 anos na data da abertura dos Jogos, sendo a idade mais frequente 25 anos.
As duas representantes mais novas da delegação são do skate: a skatista Rayssa Leal, com 16 anos, uma das principais candidatas a medalhas, e a paulista Raicca Ventura de Oliveira, de 17, segunda mais jovem do time brasileiro.
Ainda há duas pessoas de 18 anos: a paranaense Julia Soares, da ginástica, e o baiano Mateus Nunes, da canoagem.
Já os mais velhos da delegação, com mais de 45 anos, estão todos no hipismo. Os cavaleiros Rodrigo Pessoa e Ruy Fonseca são os mais velhos, com 51 anos. Marcio Carvalho, de Colina (SP), tem 49 anos, Carlos Eduardo, da mesma cidade, tem 45, e Yuri Mansur, de São Paulo, também tem 45.
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