Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 basquete

Brasil pode 'competir contra todos', avisa Marcelinho Huertas

Peça-chave na vitória que garantiu a classificação, brasileiro se tornará o segundo jogador de basquete mais veterano a disputar Jogos

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Pablo Melian
Paris | AFP

"Obrigado, capitão!", disse o treinador brasileiro, Aleksandar Petrovic, a Marcelinho Huertas, a quem pediu para voltar à equipe para classificá-la no Pré-Olímpico para Paris-2024.

"Podemos competir contra todos", avisa Huertas em uma entrevista antes de estrear contra a França no sábado (27).

Peça-chave na vitória sobre a Letônia em Riga, que garantiu a vaga olímpica, Huertas se tornará o segundo jogador mais veterano a disputar Jogos, com 41 anos, apenas atrás do argentino Luis Scola, que jogou em Tóquio há três anos com a mesma idade, mas 38 dias a mais.

Marcelinho Huertas durante partida contra Montenegro
Marcelinho Huertas durante partida contra Montenegro - Edijs Palens - 3.jul.24/Xinhua

Quase duas décadas na seleção brasileira. Como o basquete mudou? E seu jogo?
O basquete tem mudado pouco a pouco, mas jogando você não nota tanto porque vai se adaptando às mudanças, que são graduais. Mas, se você olhar o basquete de hoje e o de há 20 anos, são muito distintos. Eu também mudei; fisicamente, não sou o mesmo de há 20 anos nem de há dez, mas tenho outras virtudes que me permitem jogar em alto nível, embora não tenha as pernas que tinha há 20 anos.

O que o levou a pedir pessoalmente para jogar o Pré-Olímpico? Como mantém a esperança?
A iniciativa de voltar a jogar o Pré-Olímpico foi simplesmente uma questão pessoal, emotiva, do significado do que é a seleção brasileira para mim... No ano passado, no Mundial, as coisas não acabaram como eu queria e eu merecia. Decidi no último momento que queria voltar a jogar, embora estivesse muito decidido a não fazê-lo. A esperança continua lá; sem ela, não seria capaz de render nem de desfrutar em uma quadra de basquete. É preciso tê-la sempre, seja você jovem, um jogador consolidado ou veterano. A esperança precisa estar presente para seguir seus sonhos e ter sucesso.

Como a experiência o enriqueceu? É melhor o Marcelinho de agora do que o que jogou nos Lakers (2015-2017)?
Ter vivido muitas batalhas, Jogos Olímpicos, Mundiais, ter uma carreira bastante longa a nível de clubes e seleção... A experiência desempenha um papel muito importante nesses jogos, especialmente nas eliminatórias. Espero poder estar no meu melhor nível, físico e técnico, também mental, para ajudar meus companheiros a estarem no melhor nível, e que tenhamos o desempenho esperado. Nesses jogos há muitos nervosismo e ansiedade. Muitas vezes é preciso ser capaz de baixar as pulsações e ter mais tranquilidade do que o habitual, para ganhar partidas equilibradas em que cada ponto pode valer.

O Brasil será a bandeira sul-americana no torneio olímpico de basquete. Com qual atuação você ficaria satisfeito em Paris?
Não acho que devemos nos dar por satisfeitos com qualquer coisa. Todas as equipes que estamos aqui têm um nível muito similar. Está claro que os Estados Unidos são os favoritos, mas além deles todos acreditam em suas possibilidades e todos os jogos terão um valor muito grande, tanto na diferença de pontos quanto nas eliminatórias. Qualquer detalhe pode levar você à luta pelas medalhas ou fazer você ser eliminado. O Brasil é capaz de competir contra todos e precisamos nos preparar como tal. Sempre pensando no rival e não nos iludindo com as matemáticas.

Você acaba de renovar em Tenerife até 2026. Até quando gostaria de jogar? Em que momento você acha que vai considerar parar?
Renovei por mais dois anos e estou muito contente de poder estar em um grande clube, em uma grande ilha; já é meu lar... Estamos muito bem e muito felizes. Quero desfrutar desses dois anos e o tempo dirá quando terei que parar. No momento, me sinto bem, com vontade e esperança, isso é o que importa. Quando chegar a hora, saberei, mas não me coloco uma data. Quero levar isso com calma. Agora não sei dizer.

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